O vereador Paulo Schuh, de Rondonópolis, voltou ao centro das atenções ao discursar na inauguração da Sala da Procuradoria da Família e da Mulher, realizada em 27 de agosto na Câmara Municipal. Na ocasião, fez questão de enaltecer o trabalho das vereadoras e declarou que o espaço é “um local para defender o direito das mulheres”. O discurso, no entanto, contrasta de forma vexatória com a própria trajetória do parlamentar.

No mandato passado, Schuh ficou marcado por atacar de maneira covarde a então secretária de Infraestrutura, Claudine, durante a gestão do ex-prefeito Zé do Pátio. Da tribuna, chegou a chamá-la de “cara de mula”, expressão ofensiva que expôs não apenas falta de decoro, mas também desrespeito explícito a uma servidora pública. O episódio repercutiu como um dos momentos mais baixos da relação entre o Legislativo e o Executivo naquele período.

Embora tente se apresentar como fiscal rigoroso e defensor de um serviço público eficiente, Schuh insiste em carregar no histórico a marca de ataques pessoais e comparações depreciativas, o que alimenta críticas de hipocrisia. Enquanto enaltece conquistas femininas em um ambiente solene, não hesitou em desrespeitar mulheres quando o alvo era adversário político.

Juristas apontam que, ainda que não configure crime, a conduta do parlamentar pode ser enquadrada como infração ética, uma vez que fere a honra de servidores e desrespeita o decoro parlamentar previsto no regimento interno. A postura contraditória, que alterna entre o elogio institucional e a humilhação pessoal, fragiliza a imagem pública de Schuh e reforça a percepção de que sua atuação se tornou refém da incoerência.