• 27 de junho de 2025
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OPERAÇÃO SAFRA

Esquema milionário de furto de grãos leva empresário à prisão em Primavera do Leste

Suspeito articulava empréstimo ilegal de R$ 15 milhões no BNDES para financiar organização criminosa que desviava cargas em fazendas de Mato Grosso
Foto: Polícia Judiciária Civil

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou nesta terça-feira (24) a terceira fase da Operação Safra, que investiga um sofisticado esquema de furto e desvio de grãos em várias regiões do Estado. Um empresário do setor de transportes, apontado como operador financeiro do grupo criminoso, foi preso em flagrante na região de Primavera do Leste, enquanto transportava R$ 500 mil em espécie, valor que seria entregue como propina para liberação de um empréstimo fraudulento no BNDES.

Segundo as investigações, o empresário, de 42 anos, é suspeito de articular a liberação de R$ 15 milhões em crédito bancário com o objetivo de ampliar a frota utilizada para transportar grãos furtados de fazendas nas regiões de Guapirama, Sulina, Colorado, Kesoja e Fazenda Feliz. Ele teria prometido R$ 500 mil em propina a um contato em Brasília para garantir a liberação da primeira parcela, no valor de R$ 5 milhões.

As informações colhidas na segunda fase da operação revelaram que a empresa do investigado servia como elo financeiro entre os articuladores e operadores do grupo. O empresário seria responsável pela movimentação de altos valores e pelo pagamento de colaboradores da organização, incluindo familiares de outros investigados. Documentos bancários comprovaram transferências que variavam entre R$ 43 mil e R$ 210 mil, destinadas à esposa e à ex-esposa de um dos líderes do grupo.

Com apoio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Primavera do Leste e da Polícia Rodoviária Federal, a GCCO interceptou o suspeito enquanto ele trafegava pela região em uma caminhonete Chevrolet S-10, transportando o dinheiro em espécie. A prisão ocorreu no momento exato em que ele seguia para entregar a quantia negociada como propina.

O delegado Gustavo Colognesi Belão, responsável pela investigação, afirma que o grupo atuava de forma estruturada e contava com o aliciamento de funcionários de fazendas, como gerentes e operadores de balança, para facilitar a saída de caminhões carregados sem qualquer tipo de documentação fiscal. Os grãos eram levados até empresas em Cuiabá, onde eram “esquentados” com notas fiscais falsas, permitindo sua revenda no mercado formal.

“Essa organização criminosa causou prejuízos milionários a produtores rurais e ao sistema bancário. As provas demonstram claramente o papel de cada membro do grupo, em especial do operador financeiro, que movimentava recursos para sustentar toda a cadeia criminosa”, ressaltou Belão.

Nesta fase, a Operação Safra 3 cumpriu 63 ordens judiciais entre mandados de busca, prisão e apreensão. As ações reforçam o trabalho integrado das forças de segurança no combate ao desvio de grãos, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro no setor agroindustrial mato-grossense.

O empresário permanece preso e à disposição da Justiça. As investigações seguem em andamento.