O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur) promoveu um ato público nesta quarta-feira (25) durante a sessão ordinária na Câmara Municipal, em defesa da manutenção das eleições diretas no Instituto Municipal de Previdência dos Servidores (Impro) e da permanência da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder).

A mobilização reuniu servidores efetivos, aposentados, pensionistas e trabalhadores da Coder. O objetivo, segundo o sindicato, foi impedir medidas que fragilizem a gestão democrática do Impro, diante da possibilidade de intervenção do Executivo Municipal, além de manifestar a preocupação diante dos rumores de fechamento da companhia pública.
A possível anulação das eleições diretas no Impro, tradicionalmente realizadas pelos próprios servidores, gerou forte reação da categoria. O diretor-presidente do Instituto, Danilo Ikeda, afirmou que a situação provocou um clima de “extrema insegurança”.
“O pessoal recebeu com muita preocupação. Imagina, são 1.300 aposentados que dependem do salário todos os meses do Instituto de Previdência”, disse Ikeda.
“São R$ 11 milhões por mês que o Instituto injeta na economia local. Imagina você receber a notícia de que a eleição em que você votou, que sempre foi tradicional, acabou. Que isso não vai ter mais. Inclusive, que todas as eleições passadas podem ser anuladas.”
O dirigente destacou que o impacto pode atingir cerca de 16 mil pessoas, considerando servidores e seus familiares. Segundo ele, somente os funcionários públicos municipais somam cerca de 4 mil em Rondonópolis, o que representa uma parcela importante da economia.
“Pessoa da terceira idade tendo que vir aqui reivindicar alguma coisa, ser atingida por uma decisão judicial que ninguém esperava. Isso está mexendo com a vida de todo mundo. E as futuras aposentadorias, como é que fica? Tudo isso está em total insegurança.”

Ao defender a manutenção do atual modelo de eleições diretas no Impro, Ikeda afirmou que a tradição garante segurança jurídica e respeito à trajetória dos trabalhadores:
“O direito surge do costume. Se aqui existe uma tradição de eleições diretas, isso é valioso demais. O que está em jogo não é só uma gestão, mas a segurança e o respeito à história do servidor público.”
A decisão judicial que motivou o impasse ainda pode ser contestada. O sindicato segue pressionando tanto o Judiciário quanto o Executivo para que o modelo democrático seja mantido.
Defesa da Coder
Durante o mesmo ato, o Sispmur reforçou seu posicionamento contra o fechamento da Coder. O diretor sindical Reuber Medeiros cobrou posicionamento do prefeito Cláudio Ferreira e do novo diretor da companhia, Laerte Costa, para evitar a extinção da empresa e a consequente demissão de centenas de trabalhadores.
“A perspectiva que o sindicato tem é do não fechamento, sempre foi. É uma luta nossa. É uma situação que já vem sendo discutida há um bom tempo com o Tribunal de Contas, mesa técnica. Temos representantes lá dentro”, afirmou.
“O Sispmur é pró-servidor, é pró-600 famílias. Nossa luta é pelo não fechamento da Coder e, obviamente, contra o desemprego dessas famílias.”

Reuber ainda destacou o papel estratégico da Coder na execução de obras públicas e na geração de empregos locais. Para ele, os trabalhadores da companhia são insubstituíveis.
“Dignidade humana passa pela questão alimentar. E a questão alimentar é o seu salarinho no bolso, principalmente quando ele vem em troca de um serviço bem prestado à sociedade.”
“Ninguém, terceirizada nenhuma, cooperativa nenhuma, vai trabalhar melhor do que os nossos servidores da Coder. Pessoas que têm dignidade, que têm família e lutam para manter o seu emprego.”

O sindicalista criticou a falta de soluções concretas para o passivo histórico da companhia.
“Dívidas feitas há 20 anos atrás sempre foram resolvidas. Por que agora não vai se resolver?”, questionou.
“Esperamos que o prefeito e o diretor da Coder ajudem os servidores e essa companhia a continuar prestando ótimo serviço à comunidade.”
O Sispmur reafirmou que seguirá mobilizado em defesa dos direitos dos servidores e da manutenção de instituições públicas estratégicas para Rondonópolis.