• 7 de junho de 2025
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TRÁFICO E LAVAGEM

Empresário de Rondonópolis é preso em megaoperação contra facção que movimentou R$ 22 milhões

Investigação aponta que dono de loja de roupas lavava dinheiro do tráfico em parceria com casal que comandava o esquema a partir do município
Foto: Divulgação

Um empresário de Rondonópolis foi preso nesta quinta-feira (05) durante a terceira fase da Operação Eclipse, deflagrada pela Delegacia da Polícia Civil de Água Boa com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Segundo a investigação, ele integrava o núcleo financeiro de uma facção criminosa que movimentou mais de R$ 22 milhões com o tráfico de drogas em Mato Grosso.

O alvo é proprietário de uma loja de roupas e é apontado como responsável por auxiliar na lavagem do dinheiro da organização, a partir da estrutura empresarial formal. Ele foi preso ao lado do principal chefe do esquema – também morador de Rondonópolis – e da esposa do líder, que controlava gastos pessoais de alto padrão com recursos oriundos do tráfico.

As ordens judiciais, expedidas pela Vara Criminal de Água Boa, incluem cinco mandados de prisão já cumpridos, 16 de busca e apreensão, 14 bloqueios bancários de até R$ 7 milhões e 16 sequestros de bens, entre imóveis e veículos. Os mandados foram executados simultaneamente nas cidades de Água Boa, Rondonópolis e Canarana.


Rede criminosa interestadual

As investigações tiveram início em 2023, com foco no tráfico em Água Boa. No entanto, os trabalhos revelaram que o líder da facção que comandava o esquema no município nunca sequer residiu na cidade. Ele operava diretamente de Rondonópolis, onde levava uma vida de luxo, com caminhonetes, imóveis de alto padrão, chácara de lazer e viagens para resorts.

Durante as diligências, os policiais localizaram registros de prestação de contas feitas por traficantes de ao menos 43 cidades sob o comando do grupo. Entre elas, estão Nova Xavantina, Confresa, Guiratinga, Alto Araguaia, Primavera do Leste, Pedra Preta, Dom Aquino, São Félix do Araguaia, entre outras.

A esposa do líder – também presa – era peça-chave no controle do dinheiro ilícito. Segundo a polícia, ela mantinha gastos expressivos com itens de luxo, roupas de marca e salões de beleza, sempre com recursos oriundos da atividade criminosa.


Estratégia e colapso interno

De acordo com o delegado Matheus Soares Augusto, titular da Delegacia de Água Boa e responsável pela investigação, a operação tem como foco atingir o topo da organização, provocando uma ruptura estratégica.

“A prisão de membros de alto escalão obriga a facção a se reorganizar, o que gera colapsos internos e atrasos na expansão do grupo. O foco é exatamente esse: desestabilizar o funcionamento logístico e financeiro da organização”, afirmou o delegado.

O empresário preso, embora não tivesse antecedentes criminais, atuava no esquema com papel relevante na ocultação de patrimônio. Com a deflagração da operação, a Polícia Civil mira não apenas a repressão penal, mas o estrangulamento financeiro da facção que atua em diversas regiões do estado.

A Operação Eclipse segue em andamento e, segundo a Polícia Civil, novas fases não estão descartadas.

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