Polícia Civil cumpre mandado de prisão preventiva de médico que confessou assassinato de adolescente de 15 anos
Suspeito de 29 anos alegou acidente com arma durante momento íntimo; vítima de 15 anos morreu com tiro na cabeça Foto:
A Polícia Civil cumpriu, na tarde desta segunda-feira (5), um mandado de prisão preventiva contra um médico de 29 anos, acusado de matar a namorada Ketlhyn Vitória de Souza, de apenas 15 anos, na cidade de Guarantã do Norte, no Mato Grosso. O crime aconteceu na madrugada do último sábado (3), por volta das 2h, e o caso ganhou novos contornos após a confissão do autor durante interrogatório policial.
Segundo as autoridades, o médico estava foragido desde o ocorrido e se entregou espontaneamente na Base Aérea do Cachimbo, no Pará, onde entrou em contato com a Polícia Civil e informou seu paradeiro. Uma equipe foi destacada para buscá-lo e conduzi-lo à delegacia de Guarantã do Norte, onde prestou depoimento de aproximadamente uma hora, acompanhado de seu advogado.
Em sua versão, o suspeito relatou que ele e a adolescente estavam retornando de um passeio noturno, ambos sob efeito de álcool. Durante o trajeto de volta, ainda dentro do veículo, Ketlhyn teria pedido para dirigir e sentou-se em seu colo. Neste momento, o médico manuseou uma arma de fogo, alegando acreditar que estivesse descarregada, quando então ocorreu o disparo fatal, atingindo a cabeça da jovem.
Após o disparo, o médico levou a adolescente ao hospital da cidade e permaneceu no local durante toda a tentativa de reanimação, que durou cerca de 40 minutos. Testemunhas relataram que ele chegou em estado de choque, implorando aos profissionais de saúde que salvassem a “menina dele”, afirmando não saber viver sem ela. Ao ser informado da morte, ele teria danificado parte da estrutura da unidade hospitalar, como janelas e portas, antes de fugir do local.
Em depoimento, inicialmente, o suspeito se recusou a informar o paradeiro da arma. Mais tarde, no entanto, indicou aos policiais que a havia descartado sob uma ponte nas imediações de Guarantã do Norte, no caminho para o Estado do Pará. O objeto foi localizado pela equipe.
O delegado Waner Neves, responsável pela investigação, confirmou que o médico confessou ter feito o disparo que matou Ketlhyn. Um inquérito foi aberto e deve ser concluído em até dez dias. Ele ainda destacou que o suspeito possui um histórico de comportamento agressivo, incluindo uma medida protetiva solicitada por uma ex-companheira em 2022.
Enquanto a Polícia Civil apura as circunstâncias do crime, o caso reacende o debate sobre a vulnerabilidade de adolescentes em relacionamentos com adultos e o papel das instituições em prevenir casos de violência doméstica e feminicídio.