Dólar abre em alta com atenção voltada para decisões sobre juros no Brasil e nos EUA
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O dólar iniciou esta quarta-feira (19) em leve alta, refletindo a expectativa dos investidores quanto às decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado segue atento às definições do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
O Fed deve anunciar sua decisão sobre a taxa básica de juros às 15h (horário de Brasília). A expectativa predominante entre analistas é de que a taxa permaneça inalterada entre 4,25% e 4,50% ao ano, mantendo a estratégia de contenção da inflação nos Estados Unidos.
No Brasil, o Copom divulgará sua decisão no início da noite, e o mercado projeta um aumento de 1 ponto percentual na Selic, elevando a taxa para 14,25% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.
Câmbio e bolsa de valores
No início do pregão, às 9h01, o dólar registrava alta de 0,11%, sendo cotado a R$ 5,6781. Na sessão anterior, a moeda norte-americana recuou 0,25%, fechando a R$ 5,6719. No acumulado, o dólar apresenta uma desvalorização de 1,24% na semana, 4,13% no mês e 8,22% no ano.
O índice Ibovespa, principal referência da Bolsa de Valores brasileira, inícia suas operações às 10h. Na terça-feira (18), o índice fechou com alta de 0,49%, atingindo 131.475 pontos. Com isso, acumulou ganhos de 1,96% na semana, 7,07% no mês e 9,31% no ano.
Impacto das decisões de juros nos mercados
As definições sobre política monetária nos Estados Unidos e no Brasil influenciam diretamente o comportamento dos mercados. Taxas de juros mais altas encarecem o crédito, reduzindo o consumo e, consequentemente, contribuindo para o controle da inflação. No entanto, os efeitos dessas medidas demoram alguns meses para serem plenamente percebidos na economia.
No Brasil, espera-se que o Banco Central mantenha sua política de aperto monetário, elevando a Selic para 14,25% ao ano, patamar que não era visto desde a gestão de Dilma Rousseff.
Nos Estados Unidos, a chamada “Superquarta” – dia em que as decisões do Fed e do Copom coincidem – deve consolidar a expectativa de estabilidade nas taxas de juros, mantendo-as entre 4,25% e 4,50% ao ano.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (17), a projeção do mercado para a inflação medida pelo IPCA em 2025 é de 5,66%, uma leve redução em relação aos 5,68% estimados anteriormente, mas ainda acima da meta de 3% ao ano, dentro de uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Cenário internacional
No panorama global, o mercado acompanha a tramitação de um projeto de reforma fiscal na Alemanha, que prevê um aumento significativo nos gastos com defesa e a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para investimentos em infraestrutura. A medida surge em meio à crescente pressão para que a Europa fortaleça sua segurança diante da postura da Rússia e das mudanças na política dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump.
Além disso, o mercado também observa os desdobramentos de uma recente conversa entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, assim como os impactos das novas tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano sobre seus parceiros econômicos.
Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio