Madeira como hedge cambial: Investidores buscam proteção contra flutuações do real
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A busca por alternativas de proteção patrimonial tem se intensificado, especialmente diante da desvalorização do real, que registrou uma queda de quase 30% no ano passado, conforme dados do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco. Embora o cenário para 2025 mostre sinais de recuperação, a preocupação com a moeda brasileira persiste, levando investidores a recorrerem à madeira como uma estratégia de hedge cambial.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Florestas (IBF) revela que investimentos tradicionais, como poupança, Fundo DI, LCI/LCA, CDB e Tesouro IPCA+, podem gerar rendimentos entre 181% e 521%. Em contrapartida, o Mogno Africano, uma espécie exótica cultivada no Brasil, apresenta um rendimento líquido superior a 1210%.
Renata Brito, diretora executiva do IBF, explica que a madeira dessa árvore funciona como um ativo negociável em moedas internacionais, como o dólar e o euro, oferecendo uma “proteção adicional” contra as flutuações do real.
“Investidores têm nos procurado devido ao alto rendimento líquido do Mogno Africano. Ao optar por investir nesse ativo, você preserva o poder de compra e potencializa a multiplicação do seu capital ao longo do tempo, independentemente das oscilações econômicas globais. Esse atrativo leva os investidores a se interessarem por essa alternativa”, afirma Brito.
Embora a madeira nobre do Mogno Africano, usada em mercados de móveis e construção naval, não seja completamente imune às flutuações do mercado, ela oferece uma proteção mais robusta contra variações cambiais.
A especialista também destaca que o empreendimento de Mogno Africano em Pompeu, Minas Gerais, conta com mais de 5 mil hectares da árvore, cujo ciclo completo leva 18 anos até o corte. Atualmente, mais de 400 investidores, incluindo brasileiros e estrangeiros de países como Canadá e Austrália, fazem parte do projeto.
“Embora imóveis e investimentos em Renda Fixa, como CDBs, LCIs e LCAs, sejam afetados pela economia local e pela inflação, eles ainda desempenham um papel importante na diversificação das carteiras de investimento”, conclui Renata Brito.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio