O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (PDT), não declarou ainda quem seria seu provável candidato ao Senado Federal, caso seja confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE a cassação da atual senadora da República, Selma Arruda (PSL/MT), por abuso do poder econômico e caixa II. Uma coisa, porém, já ficou bem definido pelo ex-prefeito de Lucas do Rio Verde: em Carlos Fávaro (PSD), jamais.
Os dois já têm um entrevero de muito tempo atrás e teve como seu ponto alto as eleições de 2016, quando Pivetta não conseguiu se reeleger e atribui até hoje isso a Fávaro e seus aliados. O atual líder do PSD teria posto um carro de som nas ruas de Lucas atribuindo graves problemas de Otaviano com a Justiça, o que ao seu ver foi fatal para impedir sua permanência na chefia do Executivo daquela cidade, mesmo com ótimos indicadores.
Os dois acabaram, a contragosto de ambas as partes, estando no mesmo mesmo projeto político no ano passado. Hoje, Fávaro é representante do Governo do Estado em Brasília e é o principal entusiasta pela cassação de Selma. Aliás, o presidente do PSD em Mato Grosso contratou os nobres serviços jurídicos do renomado José Eduardo Cardoso, ex-ministro e advogado geral da União, para acelerar o processo o máximo que der.
Quanto ao passado, Fávaro tem uma mancha a esconder de antes mesmo de ocupar um cargo eletivo, ou seja, de assumir a vice-governadoria de Pedro Taques (PSDB), em 2015. Ele foi acusado de articular junto ao Governo do Estado, ainda sob o comando de Silval Barbosa, incentivos fiscais para uma empresa de Lucas do Rio Verde, que em contrapartida teria feito a si o repasse de R$ 1 milhão.
O dinheiro, na verdade, serviria como a quitação de uma dívida de campanha de Neri Geller (PP), hoje deputado federal, com o próprio Fávaro, referente as eleições de 2010. Embora ainda pouco conhecida do grande público de Mato Grosso, a história se soma a outras “lendas” sobre Fávaro que se conta em Lucas. O ex-vice, na verdade, ainda é bem pouco conhecido em Mato Grosso e em grande parte foi levado pelo peso do seu grupo político no ano passado para atingir a terceira colocação à senatória.
No entanto, caso uma nova eleição isolada ao Senado venha a ocorrer, muita coisa pode vir à tona e quem indicou isso é o próprio Pivetta, que conhece Fávaro de perto. Mesmo com a possibilidade do próprio governador, Mauro Mendes (DEM), novamente estar junto ao seu representante na capital federal, Otaviano decretou que não fará parte disso. “Esse eu conheço, por isso não apoio”, comentou a jornalistas, referindo-se a Fávaro..