Após receber uma denúncia, uma equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Brasiléia, no interior do Acre, encontrou um jovem de 26 anos acorrentado em casa pela mãe, na zona rural da cidade, na última sexta-feira (21).
Apesar da situação, o rapaz, que tem transtornos mentais, não apresentava sinais de maus-tratos. Segundo a psicóloga que atendeu o caso, Luma Braga, essa foi única forma encontrada pela mãe para manter o filho em segurança.
Para chegar no local, foram mais de 35 quilômetros de ramal, no KM 59 da BR-317. Desse percurso, cerca de 17 quilômetros precisaram ser percorridos a pé, por conta das condições de acesso. A equipe formada por uma psicóloga, psiquiatra e uma assistente social foi acompanhada por policiais militares.
Ao chegar na propriedade da família, eles encontraram o rapaz acorrentado e conversaram com a mãe. A mulher contou que desde a adolescência foi ficando cada vez mais difícil controlar os impulsos do filho, que já chegou a fugir e se perder na região. Como o local é de difícil acesso em uma região do interior, o G1 não conseguiu contato com a família.
“A mãe explicou a situação, que não é de hoje, que vem sofrendo com o filho, que ela não sabia como lidar, não tinha conhecimento de que o caso dele poderia ser estabilizado com tratamento medicamentosos. Até então, foi compreendido o caso dela, porque é um dos tantos casos que atendemos na zona rural em que as pessoas não têm informações a respeito de saúde mental”, informou.
O jovem foi atendido por uma médica psiquiatra que fez os primeiros procedimentos de avaliação e aplicação de medicação. A equipe também orientou a mãe sobre o tratamento que deve ser feito.
“Ele não tinha sinais de agressão, de violência, era alimentado na hora certa, era higienizado, estava sendo mantido acorrentado como uma forma de proteger o restante da família, porque ele tinha crises e em alguns momentos ficava agressivo, e ele fugia também. E até como uma forma de proteger ele da vizinhança, que também já estava até fazendo ameaça, por não conhecer o caso dele. Agora, vamos passar a acompanhar a família a cada 15 dias”, contou a psicóloga.