Casos de dengue são registrados em vários países da América, confirma a Opas
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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu, nesta terça-feira (11), um alerta para risco de surtos de dengue devido à circulação do sorotipo DENV-3 nas Américas. Segundo a Opas, além do Brasil, o sorotipo 3 da dengue está presente em outros países: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Porto Rico.
As principais orientações da organização são em relação a vigilância, manejo de caso, adequação dos serviços de atendimento à saúde, diagnóstico, medidas de prevenção, comunicação e participação da comunidade. O Ministério da Saúde vem realizando essas medidas desde 2023, que culminou na instalação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue), e no lançamento do Plano de Ação para Redução dos Impactos das arboviroses.
O DENV-3 é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, ou seja, tem maior potencial de causar formas graves da doença. Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas.
“Esse alerta é importante para que esses países – com o aumento no número de casos da dengue – também possam elaborar ações para a redução do impacto da doença para proteger o próprio país e os países vizinhos da doença. No ano passado, o ministério já havia detectado o DENV-3 no Brasil e, desde então, vem ampliando a vigilância das arboviroses em uma ação conjunta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e população”, destaca a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel.
No começo do ano, a pasta publicou um alerta, para os novos gestores municipais, acerca do aumento de casos de dengue e chikungunya no Brasil no período 2024/2025 e recomendações a gestores para possível agravamento do quadro nos primeiros meses de 2025.
Em relação ao número de casos prováveis de dengue, o Brasil registrou, até o momento, 257.284 casos e 72 óbitos pela doença, uma redução de 63% no número de casos prováveis se comparamos com o mesmo período do ano passado. Em 2024, o país registrou 698.482 casos prováveis e 617 óbitos pela doença. Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses.
Novas tecnologias
O Ministério da Saúde vem implementando novas tecnologias para a redução do impacto da dengue, Zika e chikungunya no país, como: Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), insetos estéreis, método Wolbachia e vacina contra a dengue.
Em relação à vacinação, o Brasil adquiriu toda a produção que o laboratório disponibilizou para compra. Em 2024, foram 6,5 milhões de doses e em 2025, 9,5 milhões. Devido à baixa quantidade de vacinas, o país está vacinando crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, em 1.921 municípios, a decisão foi alinhada com os estados e municípios.
Além das novas tecnologias, a pasta orienta a população para que continue realizando os 10 minutos por semana para prevenir os focos do mosquito, já que 80% dos focos estão nas residências ou nos arredores. O ministério também distribuiu, de forma inédita, 6,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da dengue em todos os estados. Desses, 4,5 milhões estão sendo distribuídos e os 2 milhões de testes restantes serão utilizados como estoque estratégico para atender as localidades que possam apresentar acréscimo no número de casos e necessitem de uma resposta rápida no diagnóstico.
João Vitor Moura
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde