Parasitoses Intestinais são tema de colóquio inédito realizado pelo Ministério da Saúde
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Em janeiro, o Ministério da Saúde realizou, de forma inédita, o colóquio sobre parasitoses intestinais, infecções causadas por parasitas que se instalam no intestino, como vermes e protozoários. O encontro oportunizou a integração entre a academia e o serviço, reunindo 55 participantes, sendo eles profissionais de saúde municipais, estaduais e federais, pesquisadores de universidades federais e estaduais e pesquisadores de diferentes unidades da Fundação Oswaldo Cruz, Instituto nacional de infectologia Evandro Chagas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia representantes da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), do Programa Saúde na Escola (PSE), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS) e Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).
Segundo dados do último Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintíases (Inpeg) – realizado no período de 2010 a 2015 – foram examinados 197.564 escolares e diagnosticados 5.192 casos de ancilostomíases (2,73%), 11.531 de ascaríase (6,00%) e 10.654 (5,41%) de tricuríase. As maiores prevalências encontradas foram nas regiões Norte e Nordeste.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica essas infecções como doenças negligenciadas, acometendo populações com vulnerabilidade social que residem principalmente em áreas com déficit em saneamento básico e provimento de água. Para a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis (DEDT), da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Alda Cruz, “as doenças não são negligenciadas, as pessoas que são negligenciadas. E, nós do Ministério da Saúde, estamos intensificando as ações de vigilância para reduzir o impacto dessas doenças na população”.
De 2020 a 2024, foram registrados mais de 9 mil casos de parasitoses institucionais na população indígena, segundo o Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena. A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e a SVSA realizaram exames parasitológicos, a administração de antiparasitários e a suplementação de fórmula para crianças com desnutrição moderada como forma de combater e controlar as parasitoses intestinais nas comunidades indígenas do Polo Base Auaris, no DSEI Yanomami.
Para a assessora técnica do Departamento de Atenção à saúde Indígena (DAPSI), Vanessa Quaresma, essas medidas visam, garantir tratamento para redução da carga parasitária da população indígena, propiciando uma melhor absorção da suplementação ofertada. “Além do impacto positivo significativo na saúde da população indígena, com a melhoria nutricional e o fortalecimento do sistema imunológico das crianças em situação de vulnerabilidade”, destaca.
Programa Brasil Saudável
Em 2024, o Governo Federal lançou o programa Brasil Saudável, que tem o objetivo de eliminar as doenças determinadas socialmente até 2030. As geo-helmintíases fazem parte do programa, com meta de redução de carga parasitária na população escolar.
As geo-helmintíases constituem um grupo de doenças parasitárias intestinais que acometem as pessoas e são causadas pelos parasitos Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e pelos ancilostomídeos: Ancylostoma duodenale e Necator americanus.
João Vitor Moura
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde