Os três homens presos durante a descoberta de uma fábrica clandestina de cerveja em Nova Mutum (242 km de Cuiabá), na última terça-feira (30), negaram ter adulterado o líquido das garrafas comercializadas ilegalmente. A informação foi confirmada pelo delegado Edmundo Félix de Barros Filho, responsável pela investigação.

Segundo os suspeitos, o esquema envolvia apenas a troca de tampas e rótulos, e não a alteração da composição da bebida. No entanto, como foi encontrada soda cáustica no galpão, a Polícia aguarda os resultados dos exames laboratoriais conduzidos pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para confirmar se o produto químico era utilizado na adulteração.

Os três detidos foram autuados em flagrante por falsificação, corrupção e adulteração de substância alimentícia, além de crimes relacionados à comercialização de produtos em desacordo com as especificações legais. “Os suspeitos responderão por corromper, adulterar ou falsificar produto destinado ao consumo, tornando-o nocivo à saúde, e por vender mercadorias com embalagens e composições irregulares”, destacou o delegado.

Durante o interrogatório, o grupo admitiu já ter adulterado e comercializado mais de 10 mil caixas de cerveja em apenas quatro meses em Nova Mutum e cidades vizinhas. A quadrilha comprava bebidas em Sinop (482 km de Cuiabá), levava ao galpão, trocava os rótulos por marcas conhecidas como Brahma, Original e Skol, e revendia os produtos a preços abaixo do mercado. O lucro estimado ultrapassava 100% por engradado.

A Polícia acredita que os três atuavam como mão de obra no esquema, enquanto os líderes do grupo permanecem foragidos. A investigação busca identificar a hierarquia da quadrilha e apurar o possível envolvimento de uma cervejaria fornecedora.

As apurações seguem sob responsabilidade da Delegacia de Nova Mutum, com apoio da Politec.