• 30 de junho de 2025
#Brasil #Destaque #Economia #Mato Grosso #Política #Redes

ECONOMIA

Congresso impõe rombo de R$ 106 bilhões em 2025 com pautas que desafiam equilíbrio fiscal do governo Lula

Levantamento da Fazenda aponta impacto bilionário de projetos aprovados pelo Congresso nos primeiros seis meses do ano, incluindo reajustes, isenções e anistias; Planalto tenta barrar novas medidas para conter desgaste fiscal
Foto: Reprodução

A escalada de medidas aprovadas pelo Congresso Nacional em 2025 deve gerar um impacto de R$ 106 bilhões aos cofres públicos ainda neste ano, segundo levantamento feito pelo Ministério da Fazenda. O montante inclui reajustes salariais para categorias do serviço público, isenções tributárias e uma série de projetos de anistia fiscal — numa tendência que ameaça diretamente a meta de déficit zero prometida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A maior parte desse custo vem da derrubada de vetos presidenciais, como no caso da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e para pequenos municípios. Só essa medida deve custar R$ 18,2 bilhões em 2025. Também pesa nas contas a prorrogação do Perse, programa de incentivo ao setor de eventos, estimada em R$ 15 bilhões, além de reajustes aprovados para a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal — que somam R$ 2,2 bilhões.

As isenções de ICMS sobre combustíveis para estados e municípios, bem como medidas de incentivo à indústria e ao comércio, também engrossam o déficit. A equipe econômica calcula ainda mais R$ 10 bilhões em renúncias relacionadas à reoneração do PIS/Cofins sobre o diesel, que o Congresso sustou.

A lista de medidas com impacto fiscal aprovado pelos parlamentares inclui ainda:

  • Desoneração de tributos para empresas e setores inteiros da economia;
  • Anistias e perdões de dívidas tributárias;
  • Reajustes salariais e reestruturações de carreiras públicas;
  • Ampliação de gastos obrigatórios com transferências e benefícios sociais;
  • Suspensões de receitas previstas, como ocorreu com a reoneração dos combustíveis.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem buscado conter novas propostas que ampliem esse quadro, defendendo o veto presidencial como instrumento legítimo para garantir o equilíbrio fiscal. No entanto, enfrenta resistência da base e, especialmente, da oposição e de setores do Centrão, que têm imposto derrotas sistemáticas ao Palácio do Planalto no Legislativo.

Nos bastidores, interlocutores do governo admitem que a pressão do Congresso está ancorada em ano pré-eleitoral, com parlamentares buscando ampliar suas bases com medidas populares ou corporativas. “É a velha lógica do gasto sem fonte, sem responsabilidade. Uma pauta bomba atrás da outra”, afirmou um técnico da Fazenda sob reserva.

A situação preocupa investidores e analistas do mercado, que vêm revendo suas projeções de déficit para 2025. A promessa de déficit primário zero, fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), corre sério risco de não ser cumprida, o que pode impactar a nota de crédito do Brasil e os juros futuros.

Diante do cenário, o Planalto já trabalha com a possibilidade de contingenciamento de despesas ainda neste segundo semestre, mesmo após o bloqueio de R$ 2,9 bilhões anunciado em maio. Para técnicos do Tesouro Nacional, a continuidade dessa agenda imposta pelo Legislativo pode obrigar o governo a rever a meta fiscal, o que representaria uma sinalização negativa ao mercado e à sociedade.

A equipe econômica ainda não fechou a projeção de quanto será o rombo total até dezembro caso novas medidas sejam aprovadas, mas a tendência, segundo técnicos, é de agravamento do quadro atual.

Congresso impõe rombo de R$ 106 bilhões em 2025 com pautas que desafiam equilíbrio fiscal do governo Lula

Família Pinheiro articula retorno em 2026 com

Congresso impõe rombo de R$ 106 bilhões em 2025 com pautas que desafiam equilíbrio fiscal do governo Lula

Prefeitura de Rondonópolis firma convênio de R$