A paciência do vereador Anderson Silva (Republicanos) com a empresa Águas de Primavera chegou ao limite. Em discurso ácido da tribuna na sessão desta segunda-feira (23), o parlamentar classificou o serviço da concessionária como uma “palhaçada” e acusou a empresa de desrespeitar o cidadão primaverense com contas abusivas e crimes ambientais reiterados.

“O cidadão paga imposto e recebe uma conta de água de dois mil reais. E ainda tem uma taxa de 90% em cima disso. Isso é palhaçada com o povo”, disparou Anderson, após relatar que ele próprio recebeu uma fatura nesse valor. O vereador aproveitou para denunciar extravasamentos de esgoto e efluente bruto próximos à captação de água do córrego Traíras — um fato grave, que segundo ele, já resultou em autos de infração da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Com documentos em mãos, Anderson apresentou ao plenário três autos de infração recentes contra a empresa, expedidos pela Sama, e criticou o que chamou de “conversinha de sabão” como justificativa da empresa para os vazamentos: “Prosopopeia. Conversa pra boi dormir. Isso já aconteceu outras vezes. É crime ambiental, não é erro técnico.”

A crítica também atingiu o impacto da empresa sobre a infraestrutura urbana. “Eles detonam com o meio ambiente, deixam a cidade suja, buracos abertos, e ainda querem passar pano com audiência pública? Não resolve? A gente reforça a CPI aqui nesta casa. Está decidido”, alertou.

Apesar do encerramento mais direto, o tom foi mantido ácido até o fim. Segundo o vereador, caso a audiência pública sobre a empresa — que deve ser agendada nos próximos dias — não produza resultados efetivos, o Legislativo deve reforçar com urgência a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito.

“A população não aguenta mais. Se a audiência for só para inglês ver, vamos para cima com CPI. Essa empresa precisa aprender que Primavera do Leste tem dono: o povo”, finalizou.