O presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, afirmou que a ex-deputada federal Rosa Neide pode ser a alternativa da legenda para disputar o Governo do Estado em 2026. Segundo ele, o partido enfrenta um cenário de indefinição e carece de nomes competitivos para a sucessão do Palácio Paiaguás.

“A Rosa é um nome que cabe muito bem, acho que em qualquer posição. É uma decisão que é dela, mas ela seria uma excelente candidata ao governo do Estado nesse vácuo que nós temos aí de nomes”, afirmou Barranco à imprensa.

Embora defenda a pré-candidatura, Barranco revelou que o plano inicial de Rosa Neide é tentar retornar à Câmara dos Deputados. Ainda assim, não descartou articulações para que ela assuma um papel de liderança na disputa estadual, caso haja consenso interno no partido.

Rosa Neide: trajetória na educação e na política

Professora de formação, Rosa Neide Sandes é servidora efetiva da rede estadual de ensino de Mato Grosso e tem longa carreira na área da educação. Foi secretária de Estado de Educação durante a gestão de Silval Barbosa e, posteriormente, assumiu mandatos como deputada federal pelo PT, com forte atuação nas comissões de educação da Câmara.

No Congresso, destacou-se como voz ativa em defesa da escola pública, dos direitos sociais e das pautas ligadas às mulheres. Mesmo sem mandato, continua sendo uma referência no campo progressista e mantém bom trânsito em lideranças nacionais do PT, incluindo a direção partidária e o entorno do presidente Lula.

Impacto de uma possível candidatura

A entrada de Rosa Neide na corrida pelo Governo de Mato Grosso pode reconfigurar o tabuleiro político da oposição no Estado. O PT, que não lança candidatura própria ao Paiaguás desde 2014, enfrenta um ambiente adverso em um Estado conservador, mas conta com uma base eleitoral consolidada em segmentos urbanos, movimentos sociais e setores da educação.

Rosa Neide, além de agregar experiência técnica e reputação ética, pode atrair eleitores do campo progressista que se sentem órfãos de representatividade nas eleições estaduais. Sua eventual candidatura poderia também fortalecer palanques do PT em Mato Grosso para candidaturas proporcionais e à Presidência da República, caso o ex-presidente Lula decida buscar a reeleição.

Entretanto, o desafio é grande: sem estrutura robusta no interior e com o partido ainda fragilizado no Estado, Rosa teria de construir uma campanha centrada em alianças estratégicas, presença digital e pautas de alto impacto social.