Dólar opera em queda em dia de menor tensão; mercados monitoram dados de varejo no Brasil e confiança nos EUA
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O dólar iniciou o pregão desta sexta-feira (14) em queda, com os investidores avaliando os últimos dados econômicos divulgados no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado começa o dia em um tom mais ameno, após uma semana marcada por intensas movimentações devido às recentes medidas tarifárias do presidente norte-americano Donald Trump e às preocupações com os impactos sobre a economia global.
No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o comércio varejista registrou uma leve retração de 0,1% em janeiro, interpretada pelo órgão como uma estabilidade do setor. Já nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação do índice de confiança do consumidor, medido pela Universidade de Michigan, um dos principais termômetros da percepção econômica no país.
Câmbio e Bolsa de Valores
Por volta das 9h20, o dólar recuava 0,50%, cotado a R$ 5,7723. No dia anterior, a moeda já havia registrado uma leve queda de 0,11%, encerrando a sessão cotada a R$ 5,8012. Com isso, a moeda acumula uma alta semanal de 0,19%, enquanto no mês registra queda de 1,94% e, no acumulado do ano, desvalorização de 6,12%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, inicia suas operações às 10h. No fechamento da véspera, o indicador apresentou alta de 1,43%, atingindo 125.637 pontos. O desempenho reflete um ganho semanal de 0,48%, avanço de 2,31% no mês e uma valorização acumulada de 4,45% no ano.
Fatores que influenciam o mercado
A ligeira queda de 0,1% no varejo brasileiro em janeiro está alinhada com as projeções do mercado e dá continuidade ao movimento de desaceleração iniciado em novembro, após um recorde alcançado pelo setor em outubro. No entanto, na comparação com janeiro de 2024, o varejo ainda acumula uma expansão de 3,1%, registrando sua vigésima taxa positiva consecutiva. Nos últimos 12 meses, o setor soma um crescimento de 4,7%.
Nos Estados Unidos, a atenção se volta para os novos índices de confiança do consumidor, que indicam o sentimento da população em relação à economia. A expectativa é de um leve declínio na confiança, após a divulgação recente dos dados de inflação, que podem influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a política monetária do país.
O índice de preços ao produtor (PPI) permaneceu estável em fevereiro, após uma alta de 0,6% no mês anterior, ficando abaixo das projeções que indicavam um aumento de 0,3%. No acumulado de 12 meses, a inflação ao produtor registra 3,2%, inferior aos 3,7% do período anterior. Já o índice de preços ao consumidor (CPI) apresentou um crescimento de 0,2% em fevereiro, inferior aos 0,5% observados em janeiro.
Esse arrefecimento da inflação ao produtor pode influenciar uma futura desaceleração na inflação ao consumidor, o que seria positivo para o mercado, pois aumentaria as chances de o Fed reduzir as taxas de juros nos próximos meses, evitando uma possível recessão.
Impacto das tarifas de Trump nos mercados
A semana foi marcada por volatilidade nos mercados financeiros devido às novas tarifas impostas pelo governo Trump. Embora nesta sexta-feira o pregão esteja mais tranquilo, o mercado segue monitorando os desdobramentos das políticas comerciais dos EUA.
Trump anunciou que, caso a União Europeia não elimine a tarifa de 50% sobre o whisky americano, os EUA imporão uma tarifa de 200% sobre vinhos e champanhes europeus. Além disso, desde quarta-feira (12), passaram a valer as novas tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio, o que gerou reações em diversos países. O Canadá, principal fornecedor de aço para os EUA, anunciou US$ 20,6 bilhões em tarifas retaliatórias, enquanto a Europa também criticou as medidas.
No Brasil, um dos maiores exportadores de aço e alumínio para os EUA, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está avaliando medidas para proteger a indústria siderúrgica nacional diante das novas barreiras comerciais.
O secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas permanecerão em vigor até que a produção doméstica do setor seja fortalecida. Além disso, Trump indicou que pode incluir o cobre na lista de produtos protegidos por tarifas.
Os analistas de mercado avaliam que essas medidas podem elevar os custos de produção e impulsionar a inflação nos próximos meses, ampliando as incertezas econômicas globais. Em recente entrevista, Trump não descartou uma possível recessão durante o período de transição para suas novas políticas e afirmou que sua estratégia tornará os EUA “mais fortes financeiramente do que nunca”.
O mercado segue atento aos próximos passos do governo americano e às consequências dessas decisões sobre o comércio global.
Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio