• 17 de dezembro de 2025
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Suspensão de tarifa de 40% pelos EUA reaquece exportações do agronegócio brasileiro

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Estados Unidos removem sobretaxa e reabrem mercado para o Brasil

O governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão da tarifa adicional de 40% que incidia sobre uma série de produtos agrícolas brasileiros desde julho. A decisão, oficializada por uma Ordem Executiva assinada pelo presidente Donald Trump, foi recebida com otimismo por produtores e exportadores do país, que veem na medida uma oportunidade para retomar o acesso ao mercado norte-americano, o maior importador mundial de alimentos.

Entre os produtos beneficiados estão café, carne bovina, açaí, tomate, goiaba, manga, banana e cacau, todos com grande relevância para a pauta de exportações do agronegócio brasileiro.

Medida retroativa favorece importadores e pode gerar reembolsos

A suspensão da tarifa tem efeito retroativo a 13 de novembro, contemplando todas as cargas liberadas nos Estados Unidos a partir dessa data. Com isso, importadores norte-americanos poderão solicitar a devolução dos valores pagos ao U.S. Customs and Border Protection em função da taxa adicional.

A restituição deve movimentar milhões de dólares nas próximas semanas, especialmente entre traders e frigoríficos brasileiros que mantiveram embarques mesmo com os custos extras gerados pela sobretaxa.

Setores excluídos mantêm pressão por novas negociações

Para Carol Monteiro, advogada especialista em comércio internacional e sócia do escritório Monteiro & Weiss Trade, a medida é um passo importante, mas não contempla todos os setores afetados.

“A retirada de alguns produtos da lista abre espaço para novas negociações, mas é importante destacar que áreas como a de pescados ficaram de fora. Esse segmento, que tem forte presença no Nordeste, ainda depende de avanços nas tratativas com os Estados Unidos”, explica a especialista.

Ela destaca que a expectativa é de ampliação da lista de exceções tarifárias nas próximas rodadas de diálogo entre os dois países.

Investigação sob a Seção 301 ainda gera incertezas

Apesar do alívio imediato para o agronegócio brasileiro, a relação comercial com os Estados Unidos ainda enfrenta desafios. Monteiro lembra que segue em andamento uma investigação conduzida sob a Seção 301 da legislação norte-americana, que examina políticas comerciais do Brasil relacionadas a comércio digital, meios de pagamento como o PIX, tarifas preferenciais, combate à corrupção, proteção à propriedade intelectual, produção de etanol e desmatamento ilegal.

“A ausência de menção à investigação na nova Ordem Executiva é um ponto de atenção. O processo está em fase de consultas bilaterais e pode gerar impactos de longo prazo caso resulte em novas barreiras tarifárias”, alerta a advogada.

O procedimento deve se estender até julho de 2026, quando poderá haver definição sobre novas medidas comerciais entre os países.

Exportadores brasileiros esperam retomada gradual dos embarques

Analistas avaliam que a suspensão das sobretaxas fortalece o Brasil no curto prazo, favorecendo especialmente os setores de café e carne bovina, que já registram retomada de contratos interrompidos desde julho.

Mesmo assim, o mercado permanece em compasso de cautela, diante da possibilidade de mudanças repentinas na política comercial norte-americana, uma vez que a própria Ordem Executiva estabelece monitoramento contínuo das condições comerciais.

Competitividade depende de agilidade e conformidade

Com a reabertura do mercado, empresas brasileiras precisarão atuar com agilidade, organização documental e estratégia comercial bem definida para aproveitar o novo cenário.

Segundo especialistas, a eficiência na adaptação às regras e prazos dos Estados Unidos será determinante para garantir vantagem competitiva. Em um ambiente global cada vez mais regulado, os fatores tarifários passam a pesar tanto quanto a qualidade e o preço dos produtos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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