EUA seguem como principal destino do mel brasileiro, mesmo após tarifa de 50% imposta por Trump
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Exportações de mel crescem e receita brasileira avança mais de 30%
O Brasil registrou crescimento nas exportações de mel in natura entre janeiro e outubro de 2025. De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), foram embarcadas 30.651 toneladas, um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024.
A receita total somou US$ 102,9 milhões, um avanço expressivo de 31,2% sobre o período anterior. O preço médio nacional foi de US$ 3.358,71 por tonelada, valor 29,2% inferior ao de 2024.
Paraná se consolida na 3ª posição entre os maiores exportadores
O Paraná manteve o terceiro lugar no ranking nacional de exportações de mel, com destaque para o crescimento no volume e na receita. Entre janeiro e outubro de 2025, o estado exportou 5.571 toneladas, com faturamento de US$ 18,639 milhões e preço médio de US$ 3,35 por quilo.
No mesmo período do ano anterior, o Paraná havia exportado 2.962 toneladas, com receita de US$ 7,532 milhões e preço médio de US$ 2,54 por quilo, evidenciando um desempenho positivo em 2025.
No ranking nacional, Minas Gerais liderou as exportações, seguido por Piauí. Logo depois vieram Santa Catarina e Ceará, que completaram as cinco primeiras posições. O boletim também destacou a participação de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia entre os principais estados exportadores.
EUA mantêm liderança nas compras de mel brasileiro
Os Estados Unidos seguem como o principal destino do mel nacional, respondendo por 85,4% das exportações brasileiras entre janeiro e outubro de 2025. O país importou 26.137 toneladas, o que gerou uma receita de US$ 87,646 milhões, com preço médio de US$ 3,35 por quilo.
No mesmo período de 2024, os norte-americanos haviam adquirido 23.767 toneladas, com gastos de US$ 61,090 milhões, mostrando uma elevação tanto no volume quanto na receita.
Outros mercados relevantes foram Canadá, Alemanha, Reino Unido, Países Baixos, Austrália, Bélgica, Áustria, Suíça, Itália, China, Libéria, Ilhas Marshall e Japão.
Tarifa de 50% imposta pelos EUA impacta o setor apícola brasileiro
O boletim lembra que, em 9 de julho de 2025, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, com início em 6 de agosto. A medida afetou diretamente as exportações de mel, um dos produtos mais demandados pelo mercado norte-americano.
Em agosto de 2025, os EUA importaram 2.941 toneladas de mel brasileiro, volume 25% maior que o de agosto de 2024, com gastos de US$ 10,675 milhões — alta de 76,1% no valor total. O movimento foi interpretado como antecipação de compras antes da entrada em vigor da tarifa.
Já em setembro, o impacto da taxação ficou evidente: os embarques caíram 19%, para 2.338 toneladas, mas a receita cresceu 11,4%, impulsionada pelo aumento de 37,4% no preço médio da tonelada.
Em outubro, o efeito da tarifa ainda se manteve, embora de forma mais moderada. As exportações totalizaram 1.643 toneladas, volume 1,1% menor que no mesmo mês de 2024, mas com gasto 20,3% superior. O boletim aponta que o aumento de 21,6% no preço médio da tonelada compensou parcialmente a queda no volume exportado.
Valorização do produto ajuda a mitigar perdas
A análise do Deral conclui que, apesar da redução nas quantidades exportadas, a valorização do preço do mel brasileiro tem sustentado a receita cambial até outubro de 2025.
O comportamento do mercado demonstra que, mesmo diante das barreiras comerciais impostas pelos EUA, o mel brasileiro mantém alta competitividade e forte presença internacional, consolidando o país entre os maiores exportadores globais do produto.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






