Estudo aponta que mais de 90% da soja cresce sem desmatamento na Amazônia Legal e no Cerrado
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Expansão agrícola sustentável marca o avanço da soja no Brasil
Às vésperas da COP30, um estudo inédito da Serasa Experian revela que a produção de soja no Brasil tem crescido de forma cada vez mais sustentável. De acordo com o levantamento realizado pela datatech, 90,7% das áreas monitoradas na Amazônia Legal e no Cerrado estão em conformidade socioambiental, sem indícios de desmatamento recente.
A pesquisa, conduzida com base em 111 mil registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR), analisou 74 milhões de hectares — uma área superior ao território do Chile. O resultado reforça que a expansão agrícola brasileira tem ocorrido, majoritariamente, em regiões já consolidadas, sem pressão sobre novas fronteiras de vegetação nativa.
Segundo Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, os números comprovam que a soja nacional avança com equilíbrio entre produtividade e preservação.
“A maior parte dessa produção cresce dentro de áreas já abertas, sem causar novos desmatamentos. É um retrato claro de que o agro pode expandir com eficiência e sustentabilidade”, destacou o executivo.
Mapeamento por bioma mostra conformidade ambiental acima de 88%
O levantamento foi realizado a partir da plataforma Smart ESG, solução da Serasa Experian que utiliza imagens de satélite, big data e machine learning para monitorar propriedades rurais diariamente. A análise também contou com dados do PRODES, programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e utilizou 31 de julho de 2019 como marco para identificar novas aberturas de área.
A pesquisa abrangeu três importantes estados produtores de grãos — Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás — que, juntos, somam 74 milhões de hectares de área agrícola.
- Mato Grosso: 42 milhões de hectares mapeados
- Mato Grosso do Sul: 19 milhões
- Goiás: 13 milhões
Os resultados indicam uma maturidade socioambiental crescente no Centro-Oeste, onde a produção agrícola avança sem necessidade de desmatamento adicional.

Amazônia Legal tem mais de 90% das áreas em conformidade
Na Amazônia Legal, 90,84% das áreas de soja monitoradas estão em conformidade ambiental. Apenas 9,16% apresentaram indícios de desmatamento detectados pelo PRODES — percentual que pode ser ainda menor, considerando as Autorizações de Supressão de Vegetação (ASV) emitidas pelos órgãos ambientais.
“Centralizar e tornar públicas as informações sobre as ASVs é essencial para reduzir dúvidas sobre os índices de desmatamento. Com dados corretos e acessíveis, conseguimos aprimorar a gestão ambiental”, explicou Pimenta.
A gerente de soluções agro da Serasa Experian, Jeysa Meneses, acrescenta que os dados comprovam que a produção na Amazônia Legal ocorre, em sua maioria, em áreas já abertas e consolidadas, sem pressão sobre novas fronteiras agrícolas.
Cerrado mantém equilíbrio entre expansão e conservação
No Cerrado, bioma estratégico para a agricultura brasileira, 88,6% das áreas monitoradas também estão em conformidade ambiental. O índice chega a 91,9% no Mato Grosso, 90,3% no Mato Grosso do Sul e 82,9% em Goiás.
As áreas com registro de corte raso após 2019 representam apenas 11,4% do total analisado, indicando uma expansão equilibrada e sustentável.
“Esses resultados reforçam que o crescimento agrícola brasileiro tem ocorrido com uso mais eficiente da terra e práticas cada vez mais sustentáveis”, destacou Meneses.
Tecnologia e dados impulsionam práticas ESG no agronegócio
Com o Smart ESG, a Serasa Experian monitora quase 80 milhões de hectares nos três estados analisados, identificando padrões de uso do solo e indicadores de conformidade ambiental. A tecnologia combina análises geoespaciais e inteligência de dados para trazer transparência à cadeia produtiva e facilitar o acesso a crédito sustentável.
A companhia, que há mais de cinco anos atua na democratização de informações para o agronegócio, destaca que o uso de dados e tecnologia é fundamental para atender aos protocolos ambientais globais, como o EUDR e os critérios ESG.
“A tecnologia é uma aliada estratégica para garantir conformidade e sustentabilidade. Nosso objetivo é apoiar produtores, cooperativas e instituições financeiras na construção de uma agenda sólida e responsável para o futuro do agro”, conclui Pimenta.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





