Soja avança no Brasil com retração vendedora e expectativa de demanda externa mais forte
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A irregularidade das chuvas em importantes regiões produtoras, o replantio de áreas e a expectativa de maior demanda internacional para 2025/26 levaram produtores brasileiros a adotar uma postura mais cautelosa na comercialização da soja. O resultado foi um mercado com menor liquidez, mas com preços em alta.
Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Esalq-USP), as cotações foram impulsionadas também pelas projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que indicam redução na oferta global e uma relação estoque/consumo final no menor patamar das últimas três safras.
No caso dos derivados, o farelo de soja segue com demanda aquecida e preços firmes no mercado doméstico, enquanto o óleo de soja apresentou menor volume de negociações. Parte das indústrias de biodiesel já se mostra abastecida para o médio prazo, o que reduz a pressão compradora.
Cotações variam entre os estados com avanço do plantio e replantio em algumas regiões
No Rio Grande do Sul, o ritmo de plantio acelerou e os preços registraram alta moderada no fim da semana. Conforme dados da TF Agroeconômica, a soja foi negociada a R$ 141,00/saca no porto (queda semanal de 0,70%), enquanto no interior – em praças como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz – as cotações ficaram em torno de R$ 133,00/saca.
Em Santa Catarina, a demanda firme da indústria de proteína animal mantém o mercado estável, com necessidade de estoques próximos às indústrias. No porto de São Francisco do Sul, a saca foi cotada a R$ 141,70, com leve alta de 0,40%.
No Paraná, o mercado interno segue lento e com estabilidade nas principais praças, refletindo a cautela nacional. Em Paranaguá, a saca foi negociada a R$ 141,63 (+0,64%); em Cascavel, R$ 129,35 (−0,31%); em Maringá, R$ 130,55 (−0,08%); e em Ponta Grossa, R$ 132,25 (+0,10%).
No Mato Grosso do Sul, a semeadura avança de forma consistente. Os preços apresentaram leve alta em algumas regiões, embora o volume de negócios ainda seja moderado. Em Dourados e Campo Grande, a saca foi cotada a R$ 126,13, enquanto em Chapadão do Sul, R$ 122,41.
Já no Mato Grosso, o avanço do plantio vem acompanhado de desafios como replantio e manejo mais intenso, o que reforça a postura defensiva dos produtores. Em Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, as cotações ficaram próximas de R$ 119,00/saca, enquanto em Primavera do Leste e Rondonópolis, o valor foi de R$ 123,70/saca.
Soja inicia semana em queda em Chicago, mas mercado segue atento à demanda chinesa
Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em leve baixa, acompanhando o movimento de queda nos derivados — farelo e óleo — e aguardando novas informações que possam dar direção ao mercado.
Por volta das 7h30 (horário de Brasília), o vencimento janeiro/25 era cotado a US$ 11,22 por bushel, enquanto o maio/25 estava em US$ 11,41/bushel. Analistas destacam que o mercado segue monitorando o comportamento da demanda chinesa e o cenário político e financeiro global, fatores que continuam exercendo influência significativa sobre as commodities agrícolas.
No fechamento da semana anterior, os contratos apresentaram variações moderadas: janeiro subiu 0,22%, a 1.125,00 cents/bushel, enquanto o março avançou na mesma proporção, a 1.134,50 cents/bushel. O farelo de soja para dezembro registrou alta de 0,35%, cotado a US$ 315,10 por tonelada curta, e o óleo de soja recuou 0,79%, fechando a 50,26 cents por libra-peso.
A TF Agroeconômica aponta que o comportamento misto reflete a frustração com o ritmo das compras chinesas, concentradas principalmente em estatais. Empresas privadas continuam priorizando o produto brasileiro, considerado mais competitivo, enquanto os estoques da China permanecem confortáveis.
Expectativas e próximos passos para o mercado da soja
Com um cenário de chuvas irregulares, replantios e demanda internacional aquecida, o mercado brasileiro de soja deve continuar firme nas próximas semanas.
Para os analistas, o momento é de observação e cautela. A resistência vendedora dos produtores tende a manter os preços sustentados no curto prazo, enquanto o mercado internacional aguarda novas definições sobre o comportamento da China, o câmbio e os próximos relatórios do USDA.
As atenções agora se voltam para o ritmo do plantio no Brasil, as condições climáticas e o avanço das exportações, fatores que serão determinantes para definir se o movimento de alta nos preços se manterá até o fim do ano.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






