• 20 de novembro de 2025
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Bem-estar animal avança na suinocultura, mas uso de antibióticos ainda preocupa especialistas

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A nova edição do relatório Porcos em Foco: Monitor da Indústria Suína Brasileira, publicado pela organização internacional Sinergia Animal, aponta progressos importantes no bem-estar animal dentro da suinocultura nacional. No entanto, o estudo alerta que a resistência em adotar sistemas totalmente livres de gaiolas de gestação e o uso excessivo de antimicrobianos continuam sendo grandes desafios para o setor e para a saúde pública.

Ecofrigo lidera ranking com política abrangente de bem-estar animal

Entre os destaques positivos do relatório, a Ecofrigo alcançou a maior pontuação já registrada desde a primeira edição e subiu para a Categoria B no ranking geral.

A empresa implementou uma política robusta de bem-estar animal, com medidas como:

  • Adoção do sistema “cobre e solta” em novas unidades;
  • Fim gradual do uso contínuo de celas de gestação;
  • Proibição de procedimentos dolorosos em leitões, como castração cirúrgica e corte de caudas e dentes;
  • Eliminação do uso não terapêutico de antimicrobianos.

Com essas ações, a Ecofrigo se tornou a única grande produtora brasileira a empregar antibióticos apenas em animais doentes, consolidando-se como referência no tema.

Aurora Coop anuncia construção de novas unidades sem gaiolas

Outro avanço importante veio da Aurora Coop, uma das três maiores produtoras de carne suína do Brasil. A cooperativa subiu da Categoria E para a C após anunciar que todas as novas granjas serão construídas com o sistema “cobre e solta”, abolindo o confinamento de porcas em gaiolas de gestação.

A medida deve beneficiar milhares de animais e representa um passo significativo rumo a uma suinocultura mais ética e sustentável.

Frimesa ainda resiste à mudança e mantém uso de gaiolas

Em contrapartida, o relatório destacou que a Frimesa é a única entre as seis maiores produtoras do país que ainda não assumiu compromisso público de eliminar o uso de gaiolas de gestação.

Atualmente, a empresa segue construindo novas granjas que confinam porcas por até 42 dias, prática criticada por especialistas e já abandonada por diversas companhias internacionais do setor.

Uso excessivo de antibióticos ameaça a saúde pública

Além das questões de bem-estar animal, o relatório alerta para o uso indiscriminado de antimicrobianos na suinocultura brasileira. Segundo a Sinergia Animal, o uso preventivo e para estímulo de crescimento contribui diretamente para o aumento da resistência antimicrobiana (RAM) — apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos maiores riscos globais à saúde.

Essa resistência reduz a eficácia de antibióticos essenciais na medicina humana e veterinária, afetando a abordagem integrada conhecida como Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.

Indústria ainda precisa avançar em práticas sustentáveis

Para Raquel Ribeiro Borges, líder de Relações Corporativas da Sinergia Animal, as iniciativas da Ecofrigo e da Aurora demonstram que é possível evoluir de forma ética e responsável.

“Os compromissos da Ecofrigo e da Aurora mostram que há caminhos viáveis para o progresso. Mas grande parte da indústria ainda mantém práticas ultrapassadas, com impacto direto sobre os animais e a saúde pública”, afirmou.

Avaliação do Porcos em Foco 2025

A edição 2025 do relatório avaliou 16 empresas brasileiras do setor de carne suína, classificando-as de A (melhor desempenho) a F (pior). Nenhuma companhia alcançou a Categoria A, o que evidencia que, apesar dos avanços, o setor ainda tem um longo caminho a percorrer.

Principais resultados:

  • Ecofrigo: sobe da Categoria F para B, com uma das políticas mais completas do país.
  • Aurora Coop: avança da Categoria E para C, com novas unidades livres de gaiolas.
  • Frimesa: permanece sem compromisso para eliminar o confinamento de porcas.

Setor em geral: segue sob alerta pelo uso excessivo de antimicrobianos.

Porcos em Foco: Monitor da Indústria Suína Brasileira

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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