Paulo Schuh tenta se reinventar com discurso de candidatura federal, mas nunca foi levado a sério nem para estadual
Presidente da Câmara de Rondonópolis insiste em ensaiar protagonismo político, mesmo após o próprio comando estadual do PL descartar seu nome para 2026. Foto: Reprodução
Nos bastidores da política rondonopolitana, a movimentação do presidente da Câmara, vereador Paulo Schuh (PL), tem sido observada com descrença e certo incômodo por lideranças partidárias. Antes mesmo de se aventurar publicamente sobre uma possível candidatura à Assembleia Legislativa, Schuh já havia sido avisado pessoalmente pelo presidente estadual do PL, Ananias Filho — de forma clara e pública — que não seria candidato em 2026. A negativa foi feita “aos quatro ventos” e esvaziou qualquer expectativa real sobre sua viabilidade eleitoral.
Apesar disso, Schuh manteve o discurso de pré-candidatura estadual como forma de se manter em evidência. Agora, em mais uma guinada, o vereador ensaia um novo movimento e afirma que poderá disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. A fala, no entanto, soa como um clássico “balão de ensaio” político, prática recorrente de quem busca medir reações sem ter estrutura consolidada para a disputa.
A realidade é que, em Rondonópolis, o PL já possui Rodrigo da Zaeli como deputado federal e uma série de nomes competitivos de olho na chapa proporcional de 2026. As vagas federais são tratadas com extremo cuidado pela direção partidária, considerando densidade eleitoral, alianças regionais e projeções estratégicas para maximizar a representação do partido no estado. Dentro desse cenário, Paulo Schuh nunca figurou como prioridade ou nome competitivo — nem no cálculo estadual, nem nas bases do sul de Mato Grosso.
Nos cálculos internos, a prioridade é fortalecer lideranças com musculatura política real, especialmente na região sul, onde o grupo do prefeito Cláudio Ferreira (PL) tem peso decisivo nas articulações de chapa. A tentativa de Schuh de se colocar nesse tabuleiro é vista, nos bastidores, como uma jogada pessoal, sem respaldo partidário consistente e sem trajetória eleitoral que sustente tamanha ambição.
Na prática, Schuh aparece cada vez menos como candidato viável a deputado estadual e cada vez mais como coadjuvante em um xadrez político dominado por lideranças mais articuladas e com base real. A aposta em discursos públicos não tem se convertido em apoios concretos — e isso explica por que, até agora, sua “pré-candidatura” não é levada a sério nem dentro do próprio PL.