A trajetória da vereadora Kalynka Meirelles, eleita em 2020 com 823 votos, é marcada por uma decisão que até hoje repercute nos bastidores da política rondonopolitana. À frente da presidência do Republicanos em 2023, Kalynka recebeu a missão de organizar a sigla para as eleições seguintes. No entanto, sua gestão foi considerada frágil e desarticulada: não conseguiu estruturar uma chapa competitiva e, na reta final, deixou o partido na mão.

Na última hora, decidiu abandonar o Republicanos e se filiar ao PL, acreditando que encontraria espaço de protagonismo, sobretudo após a boa votação conquistada em 2024, quando ampliou sua base eleitoral e chegou a 2.584 votos, quase triplicando o resultado anterior. A expectativa era de que fosse alçada a um papel de destaque dentro do partido, como uma espécie de nova estrela local. Mas o cálculo político não se confirmou.

Apesar da votação expressiva, Kalynka foi atropelada nas urnas pela médica Luciana Horta (PL), que alcançou 3.605 votos, tornando-se a vereadora mais votada da cidade e já sendo apontada como nome natural da legenda para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Esse resultado, além de frustrar as expectativas de Kalynka, a deixou em segundo plano dentro do próprio PL.

O que parecia ser um salto em direção ao protagonismo se converteu em isolamento: o nome de Kalynka não é cogitado para disputar cargos maiores em 2026, seja na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados. O episódio reforça a máxima de que a política até pode conviver com traições, mas abomina os traidores. Ao deixar o Republicanos sem cumprir a missão que assumira como presidente e apostar em um novo espaço no PL, Kalynka Meirelles acabou marcada pelo estigma de oportunismo e perdeu relevância no jogo de poder local.