• 22 de julho de 2025
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POLÍTICA

Zé do Pátio volta a se contradizer em entrevista à 105FM e expõe ressentimento com atual gestão de Rondonópolis

Ex-prefeito usou espaço para atacar adversários, se vitimizar e tentar reescrever a própria história política após colapso da Coder
Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (PSB), reapareceu em entrevista na manhã desta segunda-feira (21) na rádio 105FM, no programa do jornalista Orestes Miraglia, e voltou a exibir um comportamento que tem marcado suas recentes aparições públicas: o ressentimento com a atual gestão municipal e um esforço contínuo para reescrever a própria trajetória política.

Durante a conversa, Zé do Pátio criticou o encerramento da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), ignorando o fato de que sua própria administração foi responsável pelo colapso financeiro da autarquia. Em 2024, foi ele quem pactuou um parcelamento de mais de R$ 167 milhões em dívidas junto à União, por meio da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Apesar de ter recebido autorização da Câmara para firmar o acordo, não honrou o acordo que ele mesmo fez, agravando a situação da empresa e tornando sua liquidação praticamente inevitável.

Ainda assim, o ex-prefeito tentou terceirizar responsabilidades. “A Coder não precisava acabar. Era só ter coragem. O que está faltando é coragem política!”, afirmou, em tom exaltado, tentando atribuir à gestão atual um desfecho que teve origem direta em seus atos administrativos.

Em outro momento da entrevista, Pátio recorreu ao tom dramático que lhe é característico: “Destruíram a cidade que eu ajudei a construir. Eu amo Rondonópolis, mas estão acabando com ela. Estão perseguindo trabalhador, perseguindo gente humilde. Isso é um absurdo.”

A tentativa de transformar um passivo administrativo em narrativa política expõe uma contradição grave: Pátio se apresenta como defensor dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que foi o responsável por deixar a Coder à beira do colapso, com salários atrasados e a empresa endividada até o pescoço.

Além disso, o ex-gestor lançou críticas indiretas à Câmara Municipal, ao Ministério Público e à imprensa local, sugerindo que estaria sendo alvo de perseguição. “Eu sou alvo porque eu enfrentei o sistema. E agora o sistema quer me calar. Mas eu não vou me calar!”, disparou, em tom messiânico.

Segundo analistas políticos ouvidos pela reportagem, o discurso de Pátio já não encontra mais ressonância popular. Ao contrário: reforça a imagem de um político que se recusa a assumir responsabilidades concretas pelos danos causados durante sua passagem pelo Executivo. Em outro trecho, ele admitiu que está “refletindo” sobre o futuro político. “Eu não sei ainda se vou ser candidato, mas se eu for, vou pra cima, como sempre fui. Porque quem me conhece sabe: eu não fujo da briga.”

Fontes nos bastidores afirmam que Zé do Pátio vem articulando para tentar voltar à cena eleitoral em 2026, mas enfrenta dificuldades crescentes, inclusive dentro dos grupos de esquerda e centro-esquerda que antes o apoiavam. Sua insistência em retomar o protagonismo sem fazer autocrítica pode, na avaliação de interlocutores políticos, representar o “último suspiro” de um ciclo que já se encerrou.

A entrevista, marcada por frases desconexas e afirmações genéricas, mostrou um político em busca de palco, mas sem roteiro. Questionado sobre os motivos de não ter honrado o parcelamento da dívida da Coder, Pátio tergiversou: “A crise econômica foi muito forte. Nós priorizamos outras áreas, como saúde e educação. Fizemos o que dava pra fazer naquele momento.”

Enquanto isso, a atual gestão lida com os efeitos práticos das escolhas feitas em administrações anteriores — especialmente em relação à Coder, cuja dívida continua sendo paga pelos cofres públicos mesmo após a extinção da empresa.

Com partido, mas cada vez mais isolado, Zé do Pátio tenta sustentar um discurso que não resiste à realidade dos fatos. E a cada nova entrevista, vai se distanciando da imagem de liderança popular para se aproximar do papel de comentarista amargo do próprio fracasso político.

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