Na sessão desta segunda-feira (23), a vereadora Mariana Carvalho (PL) protagonizou uma das falas mais contundentes do plenário ao fazer duras críticas à concessionária Águas de Primavera. Com apenas seis meses de mandato, a vereadora afirmou que perdeu a paciência com o “atendimento seletivo” da empresa e denunciou o que classificou como “desrespeito sistemático aos cidadãos que pagam suas contas em dia”.

“A população só tem seu direito atendido quando um vereador intervém? Isso não faz sentido algum. Não está escrito no Código de Defesa do Consumidor que a reclamação precisa ser atestada por um político para ter validade”, disparou Mariana, visivelmente indignada da tribuna.

A vereadora contou que, após uma moradora relatar um vazamento de água persistente, já reportado diversas vezes à empresa, ela mesma interveio via grupo da AGER — e o problema foi resolvido em menos de duas horas. Segundo Mariana, a situação escancara o tratamento desigual que a empresa oferece entre vereadores e a população comum.

“O atendimento que eles fazem para os vereadores é espetacular. Rápido, eficiente. Mas por que precisa da gente pedir, se o cidadão já pediu mais de uma vez? Isso é jogo político com o que é direito básico do povo!”, criticou.

Mariana também questionou a qualidade dos serviços executados pela empresa e a repercussão negativa sobre o Executivo. “Você vai lá, faz um buraco, tampa o buraco, e dois dias depois está aberto de novo. A empresa mancha a imagem da Prefeitura, suja a cidade, deixa buraco, infiltrações… e depois joga a culpa na gestão. Isso aqui não é terra de ninguém!”, alertou.

A vereadora cobrou ética e responsabilidade da concessionária. “Estamos retomando a organização da infraestrutura da cidade, depois de um começo turbulento. E agora as Águas de Primavera vêm e jogam tudo no lixo de novo. A cidade não pode viver no tapa-buraco eterno, causado por uma prestadora que não cumpre seu dever.”

Por fim, a vereadora convocou a população a buscar seus direitos: “Procure o Procon, denuncie, compareça às audiências. Os 15 vereadores estão empenhados, mas sem a participação da sociedade civil, essa luta fica manca.”

A fala repercutiu entre os presentes e foi vista como um dos discursos mais incisivos da sessão, apontando para um desgaste crescente da empresa Águas de Primavera, que tem enfrentado uma enxurrada de críticas por problemas recorrentes na prestação de serviços e na recomposição das vias públicas.