Operação Falso 9 desarticula esquema que fraudava salários de jogadores de futebol
Mandados foram cumpridos em cinco estados; grupo usava dados falsos para desviar valores de atletas e movimentar mais de R$ 1 milhão Foto: Polícia Judiciária Civil
A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu nesta terça-feira (24) mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes de um grupo criminoso especializado em fraudes bancárias com uso de dados de jogadores de futebol. A ação integra a Operação Falso 9, deflagrada em conjunto pelas polícias civis de Rondônia, Paraná e Mato Grosso, com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No total, foram expedidos 33 mandados judiciais — sendo 22 de busca e apreensão domiciliar, nove de prisão preventiva e dois de prisão temporária — nos estados do Paraná, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. A operação mira um esquema de estelionato que causou prejuízos superiores a R$ 1 milhão.
Em Cuiabá, os policiais da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes cumpriram dois mandados no bairro São Sebastião, sendo um de prisão e outro de busca, contra um investigado de 28 anos. No imóvel, foram apreendidos celulares, máquinas de cartão e uma caixa contendo grande volume de dinheiro em espécie, cujo valor ainda está sendo contabilizado, mas pode ultrapassar R$ 400 mil.
Como funcionava o golpe
O esquema foi descoberto em janeiro deste ano, após o setor antifraude de uma instituição financeira identificar anomalias em pedidos de portabilidade de salário de jogadores profissionais.
De acordo com a investigação, os criminosos abriam contas com documentos falsos em nome de atletas de clubes brasileiros. Em seguida, solicitavam a portabilidade dos salários dos verdadeiros titulares para essas contas fraudulentas. Com o valor em mãos, o dinheiro era rapidamente pulverizado: transferido para outras contas, usado em compras ou sacado em caixas eletrônicos, dificultando o rastreio.
Do total desviado, R$ 135 mil foram bloqueados preventivamente. A instituição financeira já corrigiu a falha de segurança e ressarciu as vítimas, que sequer sabiam que seus dados estavam sendo usados pelos estelionatários.
Ramificações em empresas
As investigações apontam que o grupo operava por meio de pessoas físicas e jurídicas, algumas com sede em Cuiabá e Porto Velho, que juntas movimentaram ao menos R$ 287 mil em recursos obtidos ilegalmente.
A operação segue em andamento e outras diligências devem ocorrer nos próximos dias para apurar a extensão da rede de fraude e identificar possíveis novos beneficiários do golpe.