Uma denúncia anônima sobre um sequestro seguido de tortura (“salve”) atribuído à facção criminosa Comando Vermelho mobilizou a Polícia Militar nas primeiras horas da manhã deste sábado (21), por volta das 7h15, no bairro Vila Rica, em Rondonópolis (MT). A ação terminou com um suspeito detido e apreensão de materiais usados no tráfico, mas a vítima do rapto e outro criminoso ainda não foram localizados.

De acordo com a PM do 5º Batalhão, um solicitante que pediu para não ser identificado entrou em contato via CIOSP relatando que havia presenciado seu amigo ser raptado por dois homens. Segundo o denunciante, os agressores seriam integrantes do Comando Vermelho, na função de “disciplinas” — termo usado por faccionados responsáveis por aplicar castigos internos.

A vítima estaria sendo levada para uma sessão de espancamento e tortura, conhecida no meio criminoso como “salve”. A testemunha combinou um ponto de encontro com a guarnição e, no local, relatou detalhes sobre a casa onde o crime supostamente estaria ocorrendo.

Os policiais seguiram até a residência indicada, mas ao chegarem lá, o denunciante já havia desaparecido misteriosamente. Durante a abordagem, os militares encontraram apenas o suspeito 01, de 22 anos, e em sua posse uma sacola verde com diversos invólucros típicos do embalo de entorpecentes. A suposta vítima e o segundo suspeito, conhecido por atuar na região, não estavam mais no local.

O suspeito preso se manteve em completo silêncio durante toda a entrevista policial, enquanto a mãe do segundo suspeito — morador da casa ao lado — disse que o filho havia saído para trabalhar, mas não soube informar o local nem o número de contato do rapaz.

Diante dos fatos, o primeiro envolvido foi encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia Civil, sem lesões corporais. Os entorpecentes apreendidos foram entregues para perícia, e parte das informações será mantida em sigilo para não comprometer o andamento das investigações.

A polícia segue na busca pela vítima sequestrada e pelo segundo envolvido. Fontes ligadas à segurança pública apontam que a prática de “salves” tem se intensificado na cidade nos últimos meses, com métodos cada vez mais violentos utilizados por facções para punir membros por supostos desvios de conduta.