• 12 de maio de 2025
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CASO RENATO NERY

Polícia Civil conclui 1ª fase de inquérito e revela execução planejada do advogado Renato Nery por disputa de terras

Caseiro e policial militar foram indiciados por homicídio qualificado; casal de Primavera do Leste é apontado como mandante do crime
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A Polícia Civil de Mato Grosso finalizou na sexta-feira (9), a primeira etapa do inquérito que investiga o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório em Cuiabá. A apuração, conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), identificou um caseiro de uma chácara em Várzea Grande e um policial militar como responsáveis diretos pela execução, ambos indiciados por homicídio qualificado por promessa de recompensa e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Crime premeditado e ligação com disputa fundiária

A investigação revelou que o assassinato foi encomendado por um casal de Primavera do Leste, com motivação ligada a uma disputa de terras. O policial militar teria atuado como intermediário da contratação e repassado a arma usada no crime ao executor, o caseiro, que pilotou uma motocicleta Honda Fan até o local do homicídio e efetuou os disparos.

Câmeras de segurança mostraram que a vítima foi monitorada por dias. No dia anterior ao crime, o executor já havia ido ao mesmo local, na mesma hora, mas por algum motivo não realizou o ataque naquele momento.

Trajetória e desfecho

Após o assassinato, o autor dos disparos percorreu cerca de 30 km até a chácara em Várzea Grande. A moto foi flagrada por diversas câmeras no trajeto. Após localizar as imagens, a DHPP realizou buscas intensas e concentrou esforços na região do bairro Capão Grande, o que levou ao temor dos envolvidos sobre a possível descoberta da arma usada no crime.

Segundo o delegado Bruno Abreu, que presidiu o inquérito, a movimentação dos policiais civis nas proximidades da chácara pode ter influenciado diretamente no desfecho do segundo caso, envolvendo o confronto armado forjado por militares.

Confronto armado sob suspeita

Uma semana após o assassinato, quatro policiais militares foram envolvidos em uma ocorrência de confronto que culminou na apresentação da arma usada no homicídio. No entanto, investigações apontaram que a cena do confronto foi forjada. Exames periciais confirmaram que os supostos criminosos não estavam armados, e que as armas apresentadas pelos policiais foram plantadas após o fato.

Esses quatro PMs também foram indiciados em um inquérito paralelo, que apura tentativa de encobrir o crime de homicídio.

Desdobramentos e inquérito complementar

Com a primeira fase concluída e os dois autores materiais do crime presos preventivamente, a Polícia Civil instaurou novo inquérito para aprofundar aspectos como:

  • Quem efetuou o pagamento pelo crime;

  • Rota da arma de fogo usada;

  • Envolvimento de outros intermediários.

A mulher apontada como mandante aceitou colaborar com as investigações. Já o homem manteve-se em silêncio durante depoimento.

Vítima

Renato Nery, 72 anos, era advogado e foi baleado em frente ao seu escritório na Av. Fernando Corrêa da Costa. Socorrido e levado a um hospital particular, ele não resistiu aos ferimentos após uma cirurgia.

Desde então, a DHPP realizou ampla mobilização, com perícias, exames e levantamento de dados que levaram à identificação dos envolvidos e à elucidação do caso, considerado de alta complexidade.

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