Adolescente é alvo de operação por disseminar ódio contra mulheres em redes sociais
Jovem de 15 anos ameaçava atentado armado e usaria armas registradas em nome do pai; Polícia Civil age rapidamente para evitar possível tragédia Foto:
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta sexta-feira (11), a Operação Adolescência, com o objetivo de cumprir mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 15 anos investigado por divulgar conteúdos de ódio contra mulheres na internet e por demonstrar intenção de cometer violência armada.
A ação foi realizada no bairro Jardim Petrópolis, em Cuiabá, por equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). As medidas foram autorizadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da capital.
Segundo a investigação, o adolescente não apenas propagava discursos misóginos, como também chegou a ameaçar uma menina de seu convívio, indicando que poderia utilizar armas registradas legalmente em nome de seu pai para cometer um atentado. O caso foi identificado a partir de um alerta emitido pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que apontou a gravidade do conteúdo compartilhado pelo jovem nas redes sociais.
Diante da gravidade e urgência, o delegado adjunto da DRCI, Gustavo Godoy, representou rapidamente à Justiça pelo mandado de busca e também pela suspensão imediata dos registros das armas junto à Polícia Federal, medidas que foram expedidas em poucas horas.
Durante o cumprimento da ordem judicial, foram apreendidos um telefone celular, um computador, uma arma de pressão e uma réplica do tipo airsoft, todos em posse do menor. Os equipamentos apreendidos serão periciados.
Para o delegado titular da DRCI, Guilherme Fachinelli, a operação é uma resposta firme e preventiva contra possíveis atos de violência motivados por ódio de gênero.
— A Operação Adolescência busca não apenas reprimir condutas criminosas em ambiente digital, mas também evitar tragédias anunciadas. É um compromisso com a proteção da vida e com o combate direto à disseminação de conteúdos misóginos — afirmou Fachinelli.
A rápida articulação entre a Polícia Civil, o Ministério da Justiça, o Ministério Público e o Poder Judiciário foi considerada fundamental para neutralizar o risco iminente à segurança de mulheres e da comunidade. As investigações continuam para aprofundar os desdobramentos do caso.