Milho retoma valorização na B3 após recentes quedas
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Após registrar quedas na última semana, os contratos futuros do milho negociados na B3 apresentaram recuperação nesta segunda-feira (31). As principais posições registraram altas entre 0,3% e 0,6%, com o vencimento de maio cotado a R$ 77,65 por saca e o de setembro a R$ 71,65. O mercado segue atento ao desenvolvimento da safrinha brasileira, fator determinante para a precificação do grão.
O clima ainda preocupa em algumas regiões-chave para a produção do milho segunda safra. No Paraná, segundo maior produtor do país, a falta de chuvas continua sendo um desafio. Além disso, já há relatos de perdas consolidadas em estados como São Paulo, Minas Gerais e partes de Goiás. Diante desse cenário, os agentes do mercado monitoram atentamente as atualizações meteorológicas e seus impactos sobre as lavouras em desenvolvimento.
A demanda por milho segue aquecida, contribuindo para sustentar os preços. No entanto, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que a liquidez do mercado interno tem diminuído, uma vez que produtores permanecem cautelosos e relutantes em fechar novos negócios. A valorização do dólar nesta segunda-feira também influenciou positivamente as cotações do milho na B3.
Bolsas internacionais à espera do USDA
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros do milho registraram pequenas quedas, operando de forma estável antes da divulgação do novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para esta segunda-feira. Por volta das 9h30 (horário de Brasília), os contratos recuavam entre 0,50 e 1 ponto, com o vencimento de maio cotado a US$ 4,25 e o de setembro a US$ 4,35 por bushel.
Os preços seguem pressionados pela expectativa de um aumento da área plantada com milho nos EUA para a safra 2025/26, informação que será confirmada pelo relatório do USDA. Especuladores financeiros demonstram ceticismo em relação ao mercado do milho, reduzindo suas posições líquidas longas em contratos futuros e opções na CBOT. Na semana encerrada em 25 de março, os fundos de investimento cortaram suas apostas no milho para 74.607 contratos, ante os 107.270 da semana anterior. Esse movimento representa a menor posição otimista desde novembro.
Nas últimas cinco semanas, os investidores reduziram suas posições compradas no milho em quase 280.000 contratos, marcando uma das liquidações mais expressivas já registradas. A fraqueza dos preços já levou os futuros do cereal a atingirem US$ 4,42 por bushel na última sexta-feira, o menor valor desde dezembro, antes de encerrar o dia a US$ 4,53 1/4 por bushel.
O trigo na CBOT também sofreu uma forte queda, atingindo os menores níveis desde julho do ano passado, encerrando a sexta-feira a US$ 5,28 1/4 por bushel. Os fundos ampliaram suas posições vendidas no trigo para 92.587 contratos, a maior posição pessimista em oito semanas.
Soja e derivados em movimento
No mercado de soja, os especuladores também demonstraram maior pessimismo. Até 25 de março, os fundos de investimento elevaram suas posições líquidas vendidas em contratos futuros e opções para 42.959, frente aos 22.005 da semana anterior.
Os produtos derivados da soja também seguiram essa tendência. As apostas negativas no farelo de soja atingiram 84.050 contratos, enquanto no óleo de soja chegaram a 44.618, a maior posição vendida em seis meses. No entanto, na quinta e sexta-feira, os futuros do óleo de soja dispararam quase 6%, atingindo a maior cotação em um mês. Esse movimento foi impulsionado por especulações sobre possíveis mudanças na política de biocombustíveis dos EUA, paralisada nos últimos dois anos.
A soja também registrou ganhos na última sexta-feira, alcançando máximas de duas semanas. O Brasil avança para a reta final da colheita de uma safra recorde, mas a atenção do mercado se volta agora para as intenções de plantio nos EUA e os estoques agrícolas que serão divulgados pelo USDA nesta segunda-feira.
Analistas projetam uma redução significativa na área plantada com soja nos Estados Unidos, em comparação com o ano passado, enquanto a área dedicada ao milho pode superar a estimativa média de 94,361 milhões de acres. Essa perspectiva reforça as preocupações com um possível impacto na produção da oleaginosa.
Além disso, as estimativas de estoques finais de milho e soja nos EUA para a temporada 2024/25 foram reduzidas nos últimos meses, refletindo a forte demanda e o impacto de safras menores. Os dados do USDA desta segunda-feira serão cruciais para confirmar essas projeções e ditar o rumo do mercado nas próximas semanas.
Enquanto isso, os agentes do mercado também acompanham de perto o prazo final de 2 de abril para a aplicação de tarifas comerciais recíprocas pelos EUA a seus parceiros comerciais. O tema pode gerar volatilidade adicional no mercado, desviando o foco dos dados agrícolas e influenciando as negociações globais de grãos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio