• 18 de março de 2025
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Bioinsumos impulsionam a produtividade da soja no Brasil com práticas mais sustentáveis

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A produtividade média da soja no Brasil nas últimas seis safras foi de aproximadamente 55,1 sacas por hectare, conforme dados da CONAB. Entretanto, a média dos produtores participantes dos últimos Desafios de Máxima Produtividade de Soja, organizados pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), foi de 85,3 sacas por hectare, uma diferença de 30,2 sacas em relação à média nacional. Já os recordistas de produtividade nos mesmos desafios alcançaram 129,6 sacas por hectare, ou seja, mais que o dobro da produtividade média brasileira.

Sergio Abud, membro do CESB e pesquisador da Embrapa, aponta que esse aumento está diretamente ligado à eficiência agronômica e ao uso crescente de bioinsumos. “Esses insumos, cada vez mais adotados pelos sojicultores, têm grande potencial para melhorar a produtividade de forma sustentável, tornando a produção mais eficiente e resiliente, sem comprometer o meio ambiente. Com mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento, espera-se que os bioinsumos se integrem cada vez mais às estratégias de manejo da soja”, explica Abud.

Impactos das mudanças climáticas e a importância dos bioinsumos

O cenário das mudanças climáticas, que favorece a proliferação de pragas, doenças e plantas daninhas, tem desafiado a produção agrícola nos últimos anos. A perda de eficiência de agrodefensivos também exige métodos mais complexos e custosos de manejo. Nesse contexto, o uso de bioinsumos tem ganhado destaque, pois oferece soluções mais sustentáveis e economicamente viáveis.

“Tecnologias baseadas em macro e microrganismos benéficos e extratos naturais estão ajudando a reduzir a dependência de insumos químicos, promovendo a saúde do solo e otimizando o uso de recursos naturais. A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), realizada por bactérias como Bradyrhizobium spp., destaca-se como uma oportunidade importante, pois reduz a necessidade de fertilizantes nitrogenados na soja”, comenta Abud. De acordo com a Dra. Ieda Mendes, da Embrapa Cerrados, a FBN pode gerar uma economia significativa para a agricultura brasileira, estimada em cerca de US$ 17 bilhões por ano.

Bioinsumos no manejo de pragas e doenças

No manejo de doenças do solo e da parte aérea, o uso de biofungicidas e biobactericidas tem mostrado eficácia no controle de patologias como Macrophomina, Rhizoctonia e Phomopsis. Além disso, o controle biológico de pragas com entomopatógenos, como Beauveria bassiana e Bacillus thuringiensis, tem permitido a redução do uso de inseticidas químicos.

Abud também destaca o uso de bioestimulantes e promotores de crescimento radicular, como Azospirillum brasilense e Bacillus spp., que ajudam no desenvolvimento das plantas e fortalecem sua resistência a estresses bióticos e abióticos. “Esses microrganismos contribuem também para a solubilização de nutrientes importantes, aumentando a eficiência da adubação”, explica.

Controle biológico com insetos parasitoides

O uso de insetos parasitoides, como as vespas Trichogramma pretiosum e Telenomus podisi, tem sido uma estratégia eficaz no controle de pragas na soja. Esses organismos parasitam os ovos das lagartas e percevejos, interrompendo o ciclo de vida das pragas de forma natural. Essa abordagem ecológica reduz o uso de inseticidas e ajuda a preservar a biodiversidade do ecossistema agrícola.

“Os parasitoides têm uma ação específica sobre suas presas, o que reduz os riscos de resistência das pragas aos defensivos químicos, promovendo o equilíbrio ecológico das lavouras e tornando-se aliados importantes para uma produção mais sustentável e equilibrada”, conclui Abud.

Contribuição para a sustentabilidade e maior produtividade

A utilização de bioinsumos tem um papel essencial na melhoria da produtividade e sustentabilidade da soja. “Esses insumos não apenas promovem o desenvolvimento do sistema radicular e a absorção otimizada de água e nutrientes, como também contribuem para o aumento da biodiversidade e a saúde do solo. Isso resulta em uma soja mais robusta, capaz de atingir maior rendimento e peso dos grãos, mesmo em anos de menor disponibilidade de chuvas”, finaliza o especialista.

O uso crescente de soluções biológicas se revela, assim, uma estratégia chave para a agricultura do futuro, buscando sempre a maior produtividade com o menor impacto ambiental.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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