• 14 de março de 2025
#Agronegócio

Reajuste nas tarifas de energia pode pressionar preços dos alimentos

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Além dos desafios já enfrentados pelo setor agropecuário, como o alto custo dos insumos e a desvalorização de alguns produtos, os produtores rurais podem ter que lidar com um novo fator de pressão: o reajuste nas contas de energia elétrica. A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), anunciada em 25 de fevereiro, determina que os novos contratos de 19 concessionárias, a serem renovados entre 2025 e 2031, incluam melhorias na infraestrutura da rede elétrica para aumentar a segurança diante de eventos climáticos extremos. No entanto, os custos dessas obras serão repassados à população.

Para o coordenador da Comissão Técnica de Política Agrícola da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Cássio Leme, a medida é inaceitável. Segundo ele, o ônus dessas melhorias deveria ser das concessionárias e não dos consumidores, especialmente dos pequenos produtores rurais, que já trabalham com margens reduzidas. “Esse custo adicional inevitavelmente será repassado ao preço final dos alimentos. A Aneel deveria ter exigido essas mudanças ao longo dos anos, em vez de agora transferir a conta para o consumidor. O fornecimento de energia em São Paulo, por exemplo, já é precário, com oscilações constantes que prejudicam os equipamentos no campo”, afirmou.

Como alternativa, muitos produtores têm investido em energia solar fotovoltaica para reduzir custos e garantir um fornecimento mais estável. Ainda assim, mesmo gerando sua própria energia, precisam arcar com a tarifa mínima cobrada pelas distribuidoras. “Hoje, toda a estrutura do agronegócio depende de energia confiável, e essa oscilação coloca em risco a produção”, destacou Leme.

O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, também criticou a decisão da Aneel, argumentando que a falta de fiscalização nos contratos anteriores resultou no repasse de um custo que deveria ter sido assumido pelas próprias concessionárias. “Os contratos de concessão têm validade de 30 anos, e não é aceitável que os consumidores arquem com investimentos que já deveriam ter sido realizados. No campo, a energia é essencial para a produção, especialmente na irrigação, que tem garantido safras recordes nos últimos anos”, explicou.

Meirelles ressaltou ainda que a decisão pode ir contra os esforços do governo para reduzir o custo dos alimentos. “Imputar essa despesa ao produtor rural é um contrassenso. Se queremos alimentos mais baratos, não podemos sobrecarregar quem os produz. As concessionárias assumiram um compromisso ao firmar seus contratos e devem cumprir com essas melhorias sem transferir a conta para a população”, concluiu.

Fonte: Portal do Agronegócio

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