Grupo de trabalho discute ações de vigilância e controle da gripe aviária
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O Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre Influenza Aviária se reuniu nesta quinta-feira (20), de forma virtual, com o objetivo de alinhar estratégias de prevenção, monitoramento e resposta à doença no Brasil. Durante o encontro, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, ressaltou a relevância da mobilização para o enfrentamento da influenza aviária, destacando a preocupação com os impactos globais da doença.
“Estamos acompanhando atentamente os dados dos Estados Unidos, onde a influenza aviária já tem causado grandes impactos econômicos, com a venda de ovos e frangos limitada nos supermercados. Esse cenário é preocupante, pois o Brasil também pode ser afetado, e os efeitos na produção podem impactar a economia”, afirmou a secretária.
A reunião contou com a participação de representantes da pasta, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Conselho Federal de Medicina (CFM), entre outros setores, como representantes da Casa Civil.
Monitoramento
Francisco Edilson, coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial (CGZV) da SVSA, também destacou a importância da articulação entre os diversos órgãos e a necessidade de monitoramento contínuo. “A influenza aviária representa um risco significativo tanto para a fauna silvestre quanto para a avicultura comercial. O trabalho integrado entre as instituições tem sido essencial para a rápida detecção de focos em animais e a implementação de medidas de controle. Precisamos reforçar ainda mais as estratégias de vigilância e resposta, especialmente nas regiões de maior risco”, afirmou Edilson.
A reunião também abordou questões relacionadas às aves migratórias e seus habitats, destacando a importância de atualizar as áreas de concentração e monitorar as mudanças nos padrões de migração, que podem impactar a disseminação do vírus. O Brasil abriga cerca de 216 espécies de aves migratórias, o que torna o monitoramento um desafio constante. Entre 2023 e 2024, foram monitoradas 911 pessoas expostas a animais considerados prováveis ou confirmados, sem o uso adequado de equipamento de proteção individual (EPI). Destas, 75 apresentaram sintomas suspeitos, mas não houve nenhum caso confirmado no Brasil.
Apesar do aumento de casos no hemisfério Norte, as investigações realizadas até agora não indicam transmissão sustentada entre humanos. “Mesmo nos casos confirmados nos Estados Unidos e no Canadá, os contatos próximos desses indivíduos foram monitorados e testados, e nenhum apresentou resultado positivo”, completou Marcelo Gomes, Coordenador-Geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e Outros Vírus Respiratórios (CGCOVID).
A próxima reunião do Grupo de Trabalho está agendada para as próximas semanas, onde as discussões sobre o aprimoramento das estratégias de vigilância e controle da influenza aviária no país serão continuadas.
João Moraes
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde