A União Europeia (UE) perdeu 5,3 milhões de explorações agrícolas entre 2005 e 2020, conforme dados divulgados pelo Eurostat. Em 2020, o número total de propriedades caiu para pouco mais de 9 milhões, evidenciando um crescente processo de concentração de terras no bloco.

A Romênia liderou essa redução, registrando o desaparecimento de aproximadamente 1,4 milhão de propriedades no período. Apesar disso, o país ainda detém o maior número de explorações agrícolas na UE, totalizando 2,9 milhões — mais que o dobro das 1,3 milhões contabilizadas na Polônia.

Desigualdade na distribuição de terras

A estrutura fundiária europeia revela uma significativa desigualdade. Enquanto quase dois terços das propriedades possuem até 5 hectares, as explorações com 50 hectares ou mais representam apenas 7,5% do total, mas ocupam 68,2% da superfície agrícola utilizada (SAU).

Na Romênia, essa disparidade é ainda mais acentuada: 90% das explorações são pequenas, enquanto apenas 0,9% das grandes propriedades cultivam mais da metade da área agrícola do país. Em Portugal, a situação é semelhante, com 73,4% das explorações possuindo menos de 5 hectares. Em contrapartida, países como França, Alemanha e Dinamarca registram maior predominância de propriedades acima de 50 hectares.

Produção agrícola concentrada em poucos países

O setor agrícola da União Europeia também apresenta forte concentração geográfica. Em 2020, mais de 60% da produção agrícola padronizada do bloco esteve concentrada em apenas quatro países: Itália (18,1%), França (17,2%), Alemanha (12,6%) e Espanha (12,2%).

Apesar de deter um terço das explorações agrícolas da UE, a Romênia responde por apenas 3,3% da produção total, refletindo os desafios decorrentes da fragmentação das propriedades para o desempenho do setor.

Desafios para o futuro da agricultura europeia

A tendência de concentração fundiária e a redução do número de pequenas explorações impõem desafios significativos à sustentabilidade da agricultura na União Europeia. Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas que busquem equilibrar eficiência produtiva e a preservação das atividades rurais tradicionais, garantindo a manutenção da diversidade agrícola no bloco.

Fonte: Portal do Agronegócio