O início do ano letivo costuma ser um momento de acolhimento e planejamento para os profissionais da Educação.

Contudo, o evento organizado pela Secretaria Municipal de Educação de Rondonópolis, que deveria celebrar o compromisso com o ensino, transformou-se em um palco de insatisfação e protestos.

O Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Rondonópolis (SISPMUR) manifestou veemente repúdio às declarações do prefeito Cláudio Ferreira, reforçando a necessidade de estabelecer um diálogo produtivo e cumprir as promessas feitas aos educadores.

A insatisfação começou com um atraso de quase duas horas no início das atividades, aumentando o desconforto dos presentes.

Entretanto, o ápice do descontentamento ocorreu durante o pronunciamento do prefeito.

Cláudio Ferreira apresentou uma proposta de “premiação por mérito”.

Ele prometeu um carro modelo Corolla ao professor que alcançasse os melhores índices de desempenho com sua turma.

A ideia, baseada nos conceitos de praxeologia e meritocracia, foi imediatamente contestada pelos educadores, que a consideraram uma simplificação excessiva das complexas realidades da Educação pública.

Para compreender a proposta do prefeito, é essencial analisar os conceitos mencionados em seu discurso.

No contexto educacional, a praxeologia auxilia na investigação dos processos de aprendizagem e ensino, enquanto a meritocracia defende que os melhores resultados são alcançados por aqueles que se dedicam mais.

Contudo, nem todos partem das mesmas condições, evidenciando as limitações da meritocracia no âmbito da Educação pública.

Os profissionais da Educação rejeitaram a proposta do prefeito não apenas por seu caráter simplista, mas também por ignorar aspectos fundamentais da valorização docente.

O verdadeiro reconhecimento exige medidas estruturais, como aumento salarial, melhores condições de trabalho, programas de capacitação e suporte psicológico, entre outros.

Ações concretas como essas podem promover um ambiente mais motivador e justo para todos.

Além disso, os educadores esperavam pronunciamentos sobre o pagamento do 14º e 15º salários, assim como revisões no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCVs), demandas essenciais para a melhoria do setor.

Em vez disso, foram surpreendidos por uma proposta que, ao invés de incentivar, gerou divisão e descontentamento entre os profissionais.

Para agravar a situação, o prefeito fez alusão a um governar segmentado, e não satisfeito com seu deslize, elencou pessoas que na sua visão lhe escolheram para ser o prefeito e, desta feita excluindo os presentes.

E, foi além, ao afirmar que não governaria para todos, uma vez que não é adepto aos princípios socialistas.

Essa expressão acentuou a alienação e descontentamento do público, ao invés de instigar diálogo e colaboração.

Diante da repercussão negativa, cabe ao prefeito reavaliar suas estratégias, retratar-se, melhorar sua assessoria e buscar um diálogo mais construtivo com os educadores.

A Educação exige soluções concretas e eficazes, que considerem os desafios reais enfrentados pelos profissionais e promovam transformações significativas na qualidade do ensino e nas condições de trabalho.