• 31 de janeiro de 2025
#Saúde

Ministério da Saúde participa de debate no Correio Braziliense sobre ações para controle da dengue no Brasil

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, e o secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio da Cunha, participaram nesta quinta-feira (30) do debate “Dengue: uma luta de todos”, promovido pelo jornal Correio Braziliense, em Brasília.

O evento reuniu a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, e especialistas da área para discutir o cenário da dengue em 2025 e as estratégias necessárias para evitar uma nova epidemia como a de 2024.

Em sua apresentação à plateia e a internautas, Swedenberger Barbosa destacou o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) na articulação interfederativa e a importância da atuação conjunta para enfrentar a dengue e outras arboviroses.

“O SUS é um exemplo de relação interfederativa, servindo de modelo para diversas outras políticas públicas. É nesse contexto que, ao enfrentarmos desafios no campo da saúde pública, como a dengue e outras arboviroses, percebemos claramente que não podemos agir sozinhos”, afirmou.

O secretário-executivo ressaltou que o governo federal tem investido em estratégias antecipadas para o controle da doença e minimizar seus impactos.

“Diante dos desafios de 2023 e 2024, o governo federal empreendeu um grande esforço para antecipar uma série de ações. Em setembro de 2024, já estávamos lançando, no Palácio do Planalto e com a presença do presidente da República, um plano de ação para o controle de arboviroses. O objetivo era reduzir os casos e evitar o aumento de óbitos por dengue, chikungunya e Zika”, disse.

Entre as principais ações do Ministério da Saúde estão:

  • Desenvolvimento de novas tecnologias para controle do vetor nos municípios;
  • Fortalecimento da rede de atenção à saúde para garantir atendimento adequado;
  • Ampliação das ações preventivas, reduzindo a sobrecarga na rede assistencial;
  • Mobilização da população, reforçando a responsabilidade coletiva na prevenção.

O Ministério também garantiu R$ 1,5 bilhão para ações de controle da dengue e outras arboviroses em 2024 e 2025, além de se comprometer a destinar mais recursos, se necessário.

Histórico da dengue e o impacto dos sorotipos

O secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, fez um apanhado histórico sobre os sorotipos da dengue e alertou para os desafios do retorno do sorotipo 3 no Brasil.

“Os sorotipos 1 e 2 do vírus da dengue foram identificados pela primeira vez na década de 1940. Já os sorotipos 3 e 4 surgiram no início da década de 1960, sendo associados a casos mais graves da doença, então chamados de ‘dengue hemorrágica’. No entanto, em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aboliu essa nomenclatura para evitar a falsa impressão de que a hemorragia era o principal indicativo de gravidade”, explicou.

Ele também ressaltou que, apesar de estudos indicarem que a segunda infecção pode ser mais grave, essa relação não é absoluta.

“O erro estava em afirmar que toda segunda infecção resultaria em dengue grave. Estudos mostram que, enquanto cerca de 95% das pessoas com dengue grave já tiveram a doença antes, nem todas as pessoas que contraem dengue pela segunda vez desenvolvem a forma grave”, pontuou.

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Foto: Franklin Paz/MS

A circulação do sorotipo 3, que esteve ausente por cerca de 17 anos no Brasil, preocupa especialistas, pois grande parte da população nunca teve contato com ele.

“O retorno do sorotipo 3 nos causa preocupação, pois sabemos que uma vez infectada por um sorotipo, a pessoa fica protegida contra ele pelo resto da vida. Como o Brasil não enfrenta uma epidemia desse sorotipo há quase duas décadas, há uma grande parcela da população que está suscetível”, alertou Rivaldo Venâncio.

Ele também destacou a importância da organização da rede assistencial para evitar mortes evitáveis. “A dengue pode evoluir para formas graves, mas, em 95% dos casos, o tratamento é simples: reidratação. O diferencial está na rapidez do atendimento e na estruturação da rede de saúde. O respeito aos protocolos é essencial, pois lidamos com essa doença há 40 anos e sabemos como manejá-la”, concluiu.

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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