Dólar opera em baixa na ‘Superquarta’ com atenção voltada para decisão dos juros no Brasil e nos EUA
O dólar iniciou o pregão desta quarta-feira (29) em baixa, com os investidores atentos às decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. A chamada “Superquarta” é marcada pelas reuniões simultâneas do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, e do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano.
No Brasil, o mercado aguarda uma elevação da Selic, taxa básica de juros, enquanto nos Estados Unidos a expectativa é de manutenção dos juros. O setor de tecnologia também está no foco dos investidores, com a divulgação dos balanços trimestrais da Microsoft, Meta (controladora do Facebook e Instagram) e Tesla.
Desempenho do dólar e da bolsa
Na abertura dos negócios, às 9h02, o dólar registrava queda de 0,12%, sendo cotado a R$ 5,8621. No dia anterior, a moeda norte-americana já havia recuado 0,73%, fechando a R$ 5,8690, o menor nível desde novembro. Com esse resultado, acumulou perdas de 0,83% na semana e de 5,03% no mês e no ano.
O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, inicia suas operações às 10h. Na sessão da véspera, encerrou com queda de 0,65%, aos 124.056 pontos. Apesar disso, o índice registra alta de 1,31% na semana e ganho de 3,14% no acumulado do mês e do ano.
Fatores que influenciam o mercado
As expectativas do mercado estão voltadas para as decisões dos bancos centrais. No Brasil, economistas projetam um aumento de 1 ponto percentual na Selic, elevando-a para 13,25% ao ano. Além disso, o Copom já sinalizou uma nova alta em março, o que poderia levar a taxa a 14,25% ao ano.
A atenção também está voltada para o comunicado pós-reunião do Copom, que pode trazer indicações sobre os próximos passos da política monetária brasileira. Juros mais altos tendem a atrair investidores estrangeiros para os títulos públicos nacionais, contribuindo para a entrada de dólares no país e reduzindo a pressão sobre o real.
De acordo com o Boletim Focus, a expectativa do mercado é que a Selic atinja 15% ao ano até o fim de 2025. O movimento ocorre em meio à preocupação com a inflação, cujas projeções passaram de 5,08% para 5,50% na última semana. A meta inflacionária para 2025 é de 3%, podendo variar entre 1,5% e 4,5%.
Nos Estados Unidos, a expectativa é que o Fed mantenha suas taxas entre 4,25% e 4,50% ao ano, aguardando novos indicadores econômicos. A política monetária do país também pode ser impactada por possíveis mudanças na administração norte-americana. Caso Donald Trump implemente tarifas mais altas sobre produtos importados, os preços ao consumidor podem subir, levando o Fed a adotar uma postura mais restritiva para conter a inflação.
Nos próximos dias, o mercado também acompanhará novos dados sobre emprego no Brasil e nos EUA, indicadores de atividade econômica e a decisão sobre juros na zona do euro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio