Terceira edição do Cineclube promove debate sobre saúde mental
O Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) realizou, em parceria com o Centro Cultural do Ministério da Saúde (CCMS), a terceira edição do seu Cineclube, o primeiro de 2025. O evento aconteceu na quinta-feira (23), no auditório da Superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (SEMS/RJ) e teve como tema “Janeiro Branco: Saúde mental no contexto hospitalar”.
Na abertura, a diretora do DGH, Teresa Navarro, compartilhou seu entusiasmo com a iniciativa e disse que ela se tornou o “xodó” do departamento. “Esta edição é especialmente significativa por abordar a saúde mental, tema crucial no contexto dos profissionais de saúde”, destacou.
A programação teve início com a exibição do documentário “Na Linha de Frente” (2020), dirigido por Iberê Carvalho e realizado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Coren). O filme expõe as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de enfermagem durante a pandemia de covid-19, revelando problemas como falta de recursos, jornadas exaustivas e baixa remuneração.
Na sequência, foi reproduzido o curta-metragem “Escutas” (2022), de Wagner de Oliveira, que em sete minutos retrata uma comunidade fragilizada pela violência através das vivências de usuários e funcionários da Clínica da Família Augusto Boal.
Depois das exibições, o evento contou com uma discussão mediada pelo assessor da Superintendência de Saúde Mental do Município do Rio de Janeiro, Paulo Pontes. A mesa-redonda foi composta por Hugo Fagundes, superintendente de Saúde Mental do Rio; Wagner de Oliveira, diretor do curta “Escutas” e editor executivo da Fiocruz Vídeo; e Magda Costa Barreto, assistente social da Rede de Atenção Psicossocial do Município do Rio.
Durante a discussão, foram apresentadas iniciativas de saúde mental do Rio e da Fiocruz. A discussão sobre os filmes teve participação ativa da plateia, que compartilhou experiências pessoais e ressaltou a importância dos equipamentos públicos de saúde mental.
O encerramento foi feito pelo produtor cultural do CCMS e professor de teoria literária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Thiago Grisolia, que conduziu uma versão condensada da Oficina Estado de Poesia. Ele compartilhou a experiência do projeto durante a pandemia, lembrando como os encontros online se tornaram um importante espaço de escuta para alguns profissionais de saúde de todo o Brasil.
Atividades paralelas
Paralelamente ao evento principal, duas atividades complementares enriqueceram a programação. Uma delas foi a experiência em realidade virtual “Travessia Pelo Mundo das Imagens” (2024), dirigida pelo servidor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Alexandre Muniz.
Nascida a partir de uma pesquisa de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a obra de Muniz proporciona um passeio pelo Espaço Travessia, instalado em uma antiga enfermaria psiquiátrica no Instituto Municipal Nise da Silveira, no Engenho de Dentro.
Completando a programação, a exposição itinerante “O que nunca deveria ter sido: manicômio” foi montada na Superintendência. A mostra traz obras de artes visuais de diversos artistas e evidencia como as instituições de saúde mental, criadas sob o pretexto de tratar a “loucura”, transformaram-se em espaços de exclusão e violação de direitos desde o século XVIII. A exposição fica em cartaz até a sexta-feira (31).
Marcio Nolasco
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde