Home Destaque Grupo queria transportar R$ 50 milhões por ano em drogas; veja diálogos
fullinterna_3


Grupo queria transportar R$ 50 milhões por ano em drogas; veja diálogos

| Por


Na matéria exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, a Polícia Federal aponta que a organização criminosa que tinha como um dos líderes o ex-lobista e empresário Rowles Magalhães Pereira da Silva havia negociado uma espécie de contrato de € 10 milhões (R$ 52,1 milhões) com o Primeiro Comando da Capital (PCC) para o transporte de cocaína para a Europa. O grupo foi preso na última terça-feira (19), após a deflagração da Operação Descobrimento.

Segundo a reportagem, a organização criminosa pretendia fazer três viagens mensais para Portugal e, para isso, havia negociado com um integrante do PCC para fornecer a droga. O grupo pagaria um total de 10 milhões de euros por ano, por conta deste fornecimento. Uma conversa entre Rowles e o membro da facção foi apresentada na matéria.

“Oi, deixa eu te falar. É o seguinte. Eu pensei num negócio, cara, top pra nós. A gente faz um contrato do ano inteiro, de três viagens por mês. Tá bom?”, diz Rowles, no áudio. Na sequência, outra gravação atribuída ao ex-lobista, mostra que o grupo tinha intenção de permanecer por muito tempo no negócio. “Vamos firmes que nós vamos longe, cara. Nós somos parceiros. Você é do meu time e eu sou do seu time”, completa.

O grupo tinha, entre outros integrantes, o ex-secretário de Estado de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Nilton Borges Borgato (PSD), que foi preso na ação policial e apontado nas investigações como responsável pela entrada da droga no Brasil, oriunda da Bolívia. A matéria revelou também que Rowles era um dos chefes da organização criminosa. Os principais sócios do ex-lobista eram Nelma Kodama, com quem ele tinha um relacionamento amoroso, e o funcionário público Ricardo Agostinho.

A reportagem mostrou que, durante a deflagração da operação, a Polícia Federal encontrou dinheiro, diamantes, joias, itens de luxo e até mesmo um tapete de pele de onça. Foi exibido um diálogo entre o ex-lobista e empresário Rowles Magalhães Pereira da Silva e a doleira Nelma Kodama, presa durante a Operação Lava Jato. Na conversa, ambos discutem quanto ganhariam com cada envio de droga, com aproximadamente meia tonelada embarcada nos aviões utilizados pela organização criminosa. O lucro era alto, na casa dos R$ 3 milhões por viagem.

De acordo com a Polícia Federal, todos os presos tinham papéis de influência importantes na organização. Outra informação apontada na reportagem é a de que o grupo pretendia fazer três viagens por mês para a Europa, transportando drogas. Para isso estavam negociando um contrato anual no valor aproximado de R$ 10 milhões com as empresas que operavam e alugavam os aviões.

A organização também aparentava não confiar muito nos próprios integrantes, tendo em vista que sempre um deles acabava ficando “sequestrado” provisoriamente, como forma de garantia da entrega da droga no destino.

OPERAÇÃO DESCOBRIMENTO

Borgato é um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada para desbaratar um esquema de envio de drogas de Mato Grosso para Portugal e foi preso em um apartamento em Cuiabá. No local, a Polícia Federal apreendeu pedras de diamante e em sua residência em Glória D’Oeste, foram apreendidos dois veículos de luxo.

Borgato foi titular da Seciteci entre 2019 e março deste ano, quando deixou a Pasta para viabilizar sua candidatura a deputado federal nas eleições de outubro. O ex-secretário foi prefeito de Glória D’Oeste, cidade que está localizada na faixa de fronteira com a Bolívia.

Ao todo, a Operação Descobrimento cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após apresentar problema em um dos três motores e ser inspecionado por equipes de mecânicos da empresa responspavel pela manutenção, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A droga era transportada no avião de uma empresa privada ligada ao lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva, que ficou conhecido por denunciar um esquema de propinas nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A partir da apreensão feita em Salvador, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

A operação também resultou na prisão do ex-lobista do VLT, que foi detido em São Paulo. Na casa do empresário, em Cuiabá, a Polícia Federal apreendeu cédulas de dólar, euro, além de itens de luxo como bolsas e acessórios de marcas famosas, como Valentino, Prada, Louis Vuitton, Yves Saint Laurent e Chanel, além de relógios Rolex.

VEJA AQUI A ÍNTEGRA DA REPORTAGEM

rowles-print.JPG

rowles-print2.JPG

rowles-print3.JPG

rowles-print4.JPG

rowles-print5.JPG

rowles-print6.JPG

rowles-print7.JPG
Fonte: Folha Max

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here