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Policiais teriam feito “cota” para assassinar delator em Mato Grosso

| Por Metrópoles
Divulgação

O ex-investigador Hairton Borges Júnior, também conhecido como Borjão, colaborador premiado da Operação Renegados, estaria sendo alvo de uma possível tentativa de assassinato, em Cuiabá, no Mato Grosso. Policiais investigados nessa operação estariam fazendo “cota” entre os integrantes da suposta organização criminosa investigada para matar o delator.

O réu Delisflásio da Silva fez referência dos tratos ao próprio Borjão, que conseguiu gravar a conversa e entregá-la ao Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Os valores da suposta cota para contratar o assassino não foram informados.

A operação começou no início de maio e foi deflagrada pelo Gaeco e pela Polícia Civil. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) foi acatada pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Todos os envolvidos se tornaram réus.

Segundo o RDNews, o MPE fez um relato baseado nas investigações do Gaeco e da Polícia Civil e denunciou um grande “escritório do crime”, focado na extorsão contra pessoas investigadas e na tentativa de impedir as investigações dos casos.

Informante do grupo criminoso, Delisflásio contou ao delator Borjão, de acordo com o documento, que Edilson da Silva, policial civil e suposto líder do grupo, Paulo Brito, investigador, e Evanir Costa, policial aposentado, teriam se reunido no dia 11 de fevereiro deste ano em uma loja de conveniência do Posto Santa Elisa, na capital de Mato Grosso.

Imagens de segurança do estabelecimento indicam que o encontro entre os três supostos membros teria durado cerca de 50 minutos.

Delisflásio confirmou, em conversa mantida com o ex-investigador em abril deste ano, o fato de Evanir estar fazendo cota dentro da organização criminosa para contratar alguém que conseguisse matar Borjão, uma vez que ele era suspeito de estar denunciado a facção.

O ex-investigador gravou a conversa e entregou uma cópia ao Gaeco.

Novo capítulo

Um novo capítulo foi iniciado quando Daniel de Paula Melo, outro delator da operação, entregou uma cópia de conversa que manteve com um indivíduo apelidado de Samara, dias antes de deflagram a operação, em 26 de abril.

Na conversa, a informante revelou a Melo que Evanir apareceu em sua casa para contar que Daniel e outras pessoas fizeram um acordo para denunciar o grupo criminoso. O policial aposentado também teria procurado a ré Kelle Santos com o mesmo objetivo. Daniel gravou a conversa e entregou a cópia aos investigadores.

O acusado André Luis Kley, ao ser interrogado pelo Gaeco, admitiu ter encaminhado uma mensagem para Ananias da Silva, mencionando a possível contribuição premiada acertada de Daniel e Borjão. O objetivo de Kley era descobrir se havia realmente uma contribuição e se seu nome havia sido citado.

No interrogatório, André também revelou ter participado de uma conversa com alguns denunciados. O assunto foi sobre a colaboração premiada de Hairton. Alan Rodrigues, Júlio de Proença, Paulo Brito e Dhiego Ribas seriam os participantes dessa roda de conversa.

Ainda existem evidências, de acordo com a denúncia, de que Alan e Evanir teriam abordado a vítima Luís Márcio de Souza e ultrapassado “a coleta de simples informações sobre situações que afetam ao interesse constituindo ações concretas no sentido de embaraçar as investigações”.

A operação

A lista de presos da Operação Renegados, deflagrada em 4 de maio, conta com nove policiais civis ativos, dois militares e ex-policiais. Segundo a investigação, Edilson da Silva seria o líder da organização.

Por ser chefe de operação da 3ª Delegacia de Polícia de Coxipó e utilizar de equipamentos da polícia, Silva teria conseguido facilitar e encobrir as atividades do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, concussão, corrupção, peculato, roubo e tráfico seriam alguns dos crimes graves que envolvem as práticas da organização.

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