Brasília (07/05/2021) – A sustentabilidade caminha ao lado do setor agropecuário há muitos anos, contribuindo para equilibrar a produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. Em propriedades rurais de todo o Brasil, é possível ver bons exemplos de produtores que aplicam as tecnologias de baixa emissão de carbono.
Na Fazenda Pontal dos Angicos, no Distrito Federal, o produtor João Araújo Neto separou 330 hectares para a produção integrada de pecuária e floresta, unindo eucalipto e gado de corte. Em 10 anos, o pecuarista recuperou a pastagem, melhorou a produtividade e teve mais renda.
“A reforma da pastagem já era necessária. Com a integração, a produtividade do pasto e do rebanho aumentou. O gado também ficou mais saudável e os ataques de moscas e carrapatos reduziram”, disse João.
A união entre pecuária e floresta trouxe outras vantagens para a propriedade. A ambientação entre eucalipto e capim ajuda a preservar a umidade, tanto no solo, quanto no ar, garantindo que o rebanho enfrente o período de estiagem da região Centro-Oeste com uma pastagem de qualidade.
“Um pasto recuperado e bem manejado permanece verde no período da seca. Oferecer essa pastagem para o gado é permitir o ganho de peso do animal na entressafra”, explicou o instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (Senar/DF), Ronaldo Trecenti.
A recuperação de pastagens degradadas e a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) são tecnologias de baixa emissão de carbono trabalhadas no Plano ABC, que durou de 2010 a 2020. O programa contribuiu para que o Brasil alcançasse as metas do Acordo de Paris na redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Segundo o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias, o produtor rural, através do programa ABC, cumpriu grande parte das obrigações do país na redução das suas emissões, baseadas no ano de 2005, atingindo 115% do volume proposto de carbono nas metas voluntárias.
“O produtor se mostrou preparado para atender o chamado do Brasil no desenvolvimento sustentável da atividade agropecuária”, disse o coordenador.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cada 1 real investido pelo Plano ABC, os produtores rurais investiram outros 7 reais em recursos próprios, comprovando a importância de uma produção voltada a aproveitar recursos naturais, através da inserção de tecnologias.
Na última safra, a linha de crédito que financia o Plano ABC atingiu quase R$ 2 bilhões em valor contratado, segundo o Banco Central. “Os produtores rurais investiram tempo, dinheiro e tecnologia para serem cada vez mais produtivos, utilizando os recursos naturais com eficiência”, afirmou Nelson Ananias.
Plano ABC+ – Com o encerramento do antigo programa, foi lançado em abril deste ano o Plano ABC+ 2020-2030 com o objetivo de renovar as metas para os próximos anos. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ABC+ promove a abordagem integrada da paisagem como marco conceitual, estimulando a gestão integrada das propriedades rurais e o uso eficiente dos recursos naturais.
“O novo plano também é importante para a promoção do crescimento econômico, pois os produtores rurais aderem às práticas de baixa emissão de carbono por trazerem eficiência e renda, conciliando conservação e produtividade”, disse a ministra na cerimônia de lançamento do novo plano.
Além da recuperação de pastagens e do sistema ILPF, o Plano ABC inclui tecnologias de sistema de plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, florestas plantadas, tratamento de dejetos animais e adaptação às mudanças climáticas. No novo plano foram incluídas estratégias combinadas de atuação e mitigação de GEE e a abordagem integrada da paisagem.
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