A secretária de Saúde de Cuiabá, Ozenira Félix, relatou que além de homens se declararem grávidos para poder tomar vacina de imunização contra a Covid-19, diversos outros tipos de problemas já foram relatados no dia a dia dos postos de vacinação espalhados por Cuiabá. Em alguns casos, até agressões contra vacinadores.
Segundo a gestora, apenas um caso foi relatado à polícia. O restante foi resolvido na hora, mas alguns tiveram soco, agressões, empurrões e xingamentos. Ozenira, ao contar para a imprensa, chegou a tratar o caso como emoção ou até angústia pela vacina, mas não escondeu que isso desanima o trabalho diário pela imunização dos cuiabanos.
“São poucos casos, mas tiveram. Muitos estão eufóricos querendo vacinar e a gente até entende a angústia, mas é necessário respeito. Apenas um foi levado para o conhecimento da polícia. Outros ficaram e se resolveram na hora. Houve sim agressão, soco, empurrão, xingamento. A gente não é culpado se o paciente não está na hora de vacinar ou esqueceu algum comprovante”, disse a secretária.
Ozenira ainda lembrou que os casos mais absurdos vão de homens se passando como “grávidos” a outros que não tinham comorbidades ou eram de outras cidades e tentaram furar a fila.
“Se vocês vissem, tem gente que quer bater no povo. Tem uma situação que um senhor não comprovava nada e deu um murro numa servidora, deitou no chão e falou ‘me tira daqui’. Ele era gordinho. Teve mais de um caso assim. Teve apenas um registro que foi pra polícia. Teve muito caso de agressão. A Valéria, nossa coordenadora, teve vez que foi agredida. O caso das agressões eu vou ver nas câmeras e um dos casos foi registrado. Com arma não teve, mas sim na força bruta. A maioria no Centro de Eventos, porque lá é presencial”, relatou a secretária.
Por último, a secretária ainda lembra que tem casos que a família se irrita porque todos querem entrar no cubículo de vacinação e tirar foto, filmar, o que acaba causando aglomeração. Quando isso é impedido, sempre tem um que quer “crescer” e partir pra cima da funcionária.
“O filho chega zangado, já querendo todo mundo entrar. Não é nem o paciente que chega na frente, são os filhos na frente. Tem família que os dez querem filmar e a coordenadora tem que ir pra frente e impedir. Vai ter que colocar uns brucutus na frente pra impedir isso”, concluiu Ozenira, com bom humor.