• 23 de dezembro de 2025
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Milheto granífero se consolida como alternativa estratégica na 2ª safra diante de riscos climáticos e margens apertadas

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A instabilidade das chuvas no Centro-Oeste brasileiro está redefinindo o planejamento da segunda safra em 2025. Entre novembro e janeiro, várias regiões registraram índices de precipitação entre 20% e 45% abaixo da média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

As áreas mais afetadas incluem o MATOPIBA e partes de Mato Grosso do Sul, que enfrentaram longos períodos de estiagem intercalados com chuvas rápidas e concentradas.

Esse cenário se agravou com o atraso no plantio da soja, que em muitas regiões ocorreu até 20 dias após o período ideal, comprimindo a janela de semeadura do milho. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) estima que boa parte das áreas iniciará o plantio da segunda safra apenas após 25 de fevereiro, quando o risco climático aumenta consideravelmente.

Produtores repensam a dependência do milho

As dificuldades climáticas e as perdas registradas na safra 2023/24 — que chegaram a 30% em áreas de plantio tardio — têm levado os produtores a diversificar as lavouras e buscar culturas mais estáveis.

A queda de R$ 8 a R$ 12 por saca de milho em várias praças durante o primeiro trimestre reduziu ainda mais as margens e reforçou a importância da previsibilidade na produção. Assim, a preferência por culturas de menor volatilidade e maior estabilidade produtiva começou a ganhar espaço.

Milheto: cultura resistente e de menor exigência hídrica

Entre as alternativas, o milheto granífero se destaca por sua resiliência ao estresse hídrico e regularidade de produção. Com uma necessidade de água em torno de 300 milímetros por ciclo, a cultura tem apresentado bom desempenho mesmo em anos marcados por falhas na distribuição das chuvas — como ocorre atualmente em Goiás, Mato Grosso do Sul e oeste da Bahia.

Os híbridos mais difundidos, como ADRG 9060 e ADRG 9070, atingem produtividades de até 50 sacas por hectare, com resultados superiores em áreas de alta tecnologia.

A grande vantagem, no entanto, está na estabilidade dos resultados, uma vez que o milheto mantém a produtividade mesmo quando o milho sofre perdas de 20% a 50% em períodos críticos de déficit hídrico.

Demanda crescente da indústria de rações

O mercado interno também tem contribuído para a valorização do milheto. A indústria de rações, especialmente confinamentos e granjas do Centro-Oeste, ampliou a demanda pelo grão, que tem se mostrado acessível e eficiente como ingrediente na formulação de dietas animais.

Essa liquidez comercial reforça a atratividade da cultura em um momento em que o milho enfrenta forte concorrência e margens mais apertadas.

Palhada e benefícios agronômicos impulsionam uso estratégico

Além de fonte de grãos, o milheto vem sendo utilizado como ferramenta de manejo de solo. Sua alta produção de palhada favorece a retenção de umidade, melhora a estrutura física do solo e reduz a incidência de nematoides como Pratylenchus brachyurus.

Estudos realizados em áreas do Cerrado mostram que a soja cultivada após o milheto apresenta ganhos de produtividade entre 10 e 12 sacas por hectare em comparação a áreas sem cobertura vegetal equivalente.

Esses benefícios têm levado produtores a enxergar o milheto não apenas como uma alternativa ao milho, mas como parte de uma estratégia de longo prazo voltada à sustentabilidade produtiva.

Consórcio com braquiária fortalece integração lavoura-pecuária

A expansão dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) também tem impulsionado o consórcio entre o milheto e a Brachiaria ruziziensis.

Essa combinação acelera a formação de massa verde, prolonga a durabilidade da palhada, favorece a entrada antecipada de animais no pasto e contribui para o aumento da matéria orgânica no solo.

O milheto garante crescimento rápido e volumoso, enquanto a braquiária assegura longevidade e robustez radicular, reduzindo custos com reforma de pastagens e otimizando a eficiência do sistema produtivo.

Racionalidade e diversificação definem a 2ª safra 2024/25

Diante de um cenário de clima incerto, janelas curtas e preços instáveis, a segunda safra 2024/25 se desenha como um dos períodos mais desafiadores da última década.

Nesse contexto, diversificação e resiliência têm se tornado prioridades no campo.

O milheto granífero, antes visto como cultura secundária, ganha protagonismo ao oferecer menor risco climático, boa rentabilidade e benefícios agronômicos comprovados — características que o colocam como opção estratégica para os produtores rurais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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