Safra de trigo recua em 2025 e Brasil projeta maior dependência de importações em mais de uma década
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Produção de trigo cai e importações devem atingir 7 milhões de toneladas
A safra brasileira de trigo em 2025 deve registrar queda para cerca de 7,5 milhões de toneladas, refletindo uma redução de quase 20% na área plantada. Ao mesmo tempo, o consumo interno permanece entre 12 e 13 milhões de toneladas, elevando a necessidade de importações para aproximadamente 7 milhões de toneladas, o maior volume em mais de dez anos.
O cenário é pressionado por custos de produção voláteis, câmbio instável e concorrência da Argentina, que temporariamente reduziu suas alíquotas de exportação para 9,5% em 2025, tornando seus produtos mais competitivos no mercado brasileiro.
Segundo Adenauer Rockenmeyer, economista e delegado do Corecon-SP, “essa volatilidade afeta toda a cadeia: produtores enfrentam margens comprimidas, indústrias lidam com custos imprevisíveis e moinhos recorrem a contratos futuros para mitigar riscos”.
Setor busca competitividade com tecnologia e gestão baseada em dados
Diante do cenário desafiador, produtores e indústrias aceleram a adoção de tecnologias de precisão e ciência de dados para reduzir desperdícios, aumentar eficiência e reposicionar o setor. A agricultura e indústria de precisão permitem decisões baseadas em evidências, minimizando erros e melhorando o controle sobre variáveis críticas de produção.
Ferramentas como Mixolab, SpectraStar XT-F, AgriCheck e Rheo F4, usadas por empresas como a Pensalab, monitoram desde o grão até a massa final parâmetros como teor de água, estabilidade da massa, propriedades reológicas, composição química e atividade enzimática, garantindo consistência, previsibilidade e produtividade mais eficiente.
O diretor da Pensalab, Rafael Soares, ressalta que essas tecnologias antecipam desvios e permitem ações preventivas, reduzindo retrabalho e padronizando lotes, o que aumenta o controle sobre custos e atende normas regulatórias. “A indústria brasileira de trigo pode transformar um cenário de retração em um ciclo de reconstrução baseado em controle, precisão e produtividade”, afirma.
Financiamento e capital são essenciais para a modernização do setor
Para viabilizar a implementação dessas tecnologias, Rockenmeyer destaca a necessidade de investimentos estratégicos e financiamento de médio e longo prazo, incluindo recursos do mercado de capitais e fundos de investimento.
“Além das fontes tradicionais, buscar novas linhas de financiamento é essencial para acelerar a transformação tecnológica, restabelecer preços e atender à forte demanda por produtos derivados de farinha”, explica.
O economista reforça que essas iniciativas não apenas promovem competitividade e eficiência, mas também sustentabilidade ambiental e adaptação do setor aos desafios climáticos contemporâneos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





