Mercado do milho mantém ritmo lento no Brasil e oscilações leves em Chicago e na B3
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O mercado brasileiro de milho continua apresentando baixo dinamismo, com negociações pontuais e diferenças significativas entre as ofertas de produtores e as demandas das indústrias. Segundo informações da TF Agroeconômica, os estados do Sul e Centro-Oeste registram poucas transações efetivas e preços sem direção definida.
No Rio Grande do Sul, as cotações variam entre R$ 58,00 e R$ 75,00 por saca, com média estadual em R$ 62,17, queda de 0,81% em relação à última semana. O cenário reflete a falta de estímulos e a liquidez limitada no mercado spot.
Em Santa Catarina, o quadro é semelhante: produtores pedem cerca de R$ 80,00 por saca, enquanto as indústrias ofertam R$ 70,00, o que impede avanços nas negociações. No Planalto Norte, poucos negócios são fechados entre R$ 71,00 e R$ 75,00, ainda sem consenso entre as partes.
No Paraná, o Deral aponta bom desenvolvimento das lavouras, mas o mercado permanece parado. As ofertas seguem em torno de R$ 75,00 por parte dos produtores e R$ 70,00 CIF pelas indústrias.
Já no Mato Grosso do Sul, o mercado mantém viés de firmeza, com valores entre R$ 52,00 e R$ 57,00 por saca. Em Chapadão do Sul, há tendência de alta mais consistente, enquanto Sidrolândia e Campo Grande permanecem estáveis, mostrando um cenário regional desigual.
Cotações do milho registram variações leves em Chicago
No cenário internacional, o milho negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciou a quarta-feira (17) com movimentos tímidos e tendência mista. Por volta das 9h44 (horário de Brasília), os contratos futuros operavam próximos da estabilidade, com investidores atentos às negociações entre Rússia e Ucrânia.
Os principais vencimentos apresentavam variações pequenas:
- Março/26: US$ 4,37 (+1 ponto)
- Maio/26: US$ 4,45 (+0,50 ponto)
- Julho/26: US$ 4,51 (estável)
- Setembro/26: US$ 4,47 (-0,50 ponto)
De acordo com o portal Successful Farming, tanto o milho quanto o trigo mantiveram poucas variações nas negociações da madrugada, em meio às incertezas geopolíticas e à expectativa por novas definições comerciais entre os países do Leste Europeu.
B3 inicia o dia com estabilidade e ajustes pontuais
Na Bolsa Brasileira (B3), o comportamento do milho também foi misto e de baixa movimentação. Por volta das 9h56 (horário de Brasília), as cotações flutuavam entre R$ 70,51 e R$ 75,39.
- Janeiro/25: R$ 71,80 (-0,07%)
- Março/26: R$ 75,39 (+0,12%)
- Maio/26: R$ 74,60 (+0,11%)
- Julho/26: R$ 70,51 (+0,13%)
Apesar do ritmo lento, o mercado físico registrou algumas compras de oportunidade, especialmente voltadas à reposição de estoques para o encerramento do ano.
Reação mista e influência cambial sustentam parte das altas
Na terça-feira anterior, o milho apresentou movimento de ajustes na B3, com parte dos contratos fechando em alta, refletindo recompras pontuais e correções técnicas após uma sequência de quedas.
Segundo a TF Agroeconômica, o comportamento foi sustentado pelo cenário cambial favorável às exportações, com o dólar em patamar mais competitivo. O contrato de janeiro/26 encerrou o pregão a R$ 71,85, enquanto o março/26 fechou a R$ 75,30 e o maio/26 a R$ 74,52 — todos com ganhos diários, mas perdas acumuladas na semana.
Pressões externas: trigo e petróleo impactam o mercado global
No mercado internacional, as cotações em Chicago recuaram diante da pressão do trigo e do petróleo. A fraqueza do trigo elevou a concorrência no mercado de ração, e a queda do petróleo afetou o setor de biocombustíveis, reduzindo a demanda por milho nos Estados Unidos.
Além disso, o adiamento das normas de mistura de biocombustíveis para 2026 e 2027 aumentou a incerteza no setor, que consome grande parte da safra norte-americana, reforçando a volatilidade das cotações.
Panorama geral
O mercado do milho segue sem direção definida, com baixo volume de negócios no Brasil e movimentos cautelosos no exterior. A falta de estímulos domésticos, somada às incertezas geopolíticas e cambiais, mantém o grão em compasso de espera, tanto no mercado físico quanto nas bolsas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






