A forte chuva registrada na tarde e noite desta terça-feira (16) voltou a provocar alagamentos na Rua Olivério Porta e na Rua do Comércio, conhecida como Mota, dois dos pontos mais críticos da drenagem urbana. A cena, infelizmente, já faz parte da rotina em dias de precipitação intensa e não chega a surpreender quem vive ou circula pela região.

Só hoje foram registrados aproximadamente 19 mm de chuva, um volume concentrado em poucas horas que contribuiu diretamente para o acúmulo de água que não encontrou escoamento rápido pelo sistema atual de drenagem.

Vídeos que circularam nas redes sociais mostram carros quase sendo engolidos pela água, motoristas ilhados e a força da enxurrada tomando conta da via. São imagens impactantes, mas ao mesmo tempo familiares para os moradores, que sabem que basta uma chuva fora da média para que o problema volte a se repetir naquele trecho.

O acúmulo de água nessas ruas é um fenômeno recorrente em dias de chuva mais intensa, reflexo de uma situação estrutural difícil de resolver. Técnicos lembram que a topografia da região e o sistema atual de galerias e bueiros muitas vezes não suportam volumes maiores de precipitação sem transbordar.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Obras, a gestão do prefeito Sérgio Machnic, que completa agora um ano à frente da administração, já realizou limpeza e desentupimento dos bueiros na região há cerca de duas a três semanas, numa tentativa de melhorar o escoamento. Ainda assim, o episódio desta terça-feira reforça que se trata de um problema histórico, que se arrasta há dezenas de anos nesses pontos da cidade, atravessando diferentes administrações e exigindo uma solução estrutural de grande porte.

A prefeitura também está trabalhando na formulação de um projeto estrutural de drenagem para solucionar de forma definitiva os alagamentos na região, com o objetivo de apresentar a proposta e buscar recursos junto ao governo estadual e federal. No entanto, cálculos preliminares apontam que a intervenção demandaria um investimento da ordem de aproximadamente R$ 30 milhões, um montante considerado vultuoso, o que torna a execução do projeto um grande desafio.

Especialistas destacam que obras de grande porte em sistemas de drenagem urbana exigem não apenas recursos, mas estudos complexos de impacto e planejamento adequado, o que pode levar meses até que uma solução concreta seja iniciada.

Enquanto isso, moradores e comerciantes das áreas afetadas continuam a conviver com um cenário já conhecido: sempre que a chuva vem acima da média, a água encontra dificuldade para escoar, transforma as ruas em rios improvisados e reforça um dos desafios históricos da infraestrutura urbana.