Dólar sobe e mercado financeiro reage a discursos do Fed, políticas de Trump e instabilidade política no Brasil
Foto:
Cenário global influencia abertura dos mercados
O dólar comercial abriu em alta nesta quarta-feira (17), cotado próximo de R$ 5,50, acompanhando o movimento de cautela nos mercados internacionais. O avanço da moeda americana reflete um dia de baixa liquidez e atenção redobrada a fatores externos e políticos, enquanto o mercado doméstico aguarda novos indicadores econômicos.
Na véspera, o dólar havia subido 0,73%, encerrando o pregão em R$ 5,4624, enquanto o Ibovespa — principal índice da Bolsa de Valores brasileira — caiu 2,40%, aos 158.578 pontos, pressionado pelo cenário de incertezas no Brasil e no exterior.
Falas do Fed e de Trump movimentam o câmbio
Nos Estados Unidos, o foco dos investidores está nas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que têm sinalizado prudência quanto a novos cortes na taxa de juros, mesmo após o ciclo de afrouxamento iniciado em 2025. Essa postura mais cautelosa reforça o fortalecimento do dólar frente a outras moedas emergentes.
Além disso, declarações recentes do presidente Donald Trump sobre política comercial e estímulos econômicos também repercutem nos mercados. O tom protecionista e as medidas voltadas à indústria americana geram volatilidade e influenciam o comportamento de moedas ligadas a commodities — como o real brasileiro.
Cenário político interno pesa sobre o real
No Brasil, as incertezas políticas voltam a pesar sobre o câmbio. Rumores sobre possíveis mudanças na equipe econômica e a divulgação de novas pesquisas eleitorais aumentam a volatilidade dos ativos locais.
O ambiente de instabilidade tem levado investidores a buscarem posições mais defensivas, favorecendo o dólar e pressionando o desempenho da bolsa. De acordo com analistas, a falta de clareza nas pautas fiscais e o risco de enfraquecimento das metas de responsabilidade orçamentária ampliam a percepção de risco.
Bolsa tenta recuperação após forte queda
Após o tombo de ontem, o Ibovespa iniciou o pregão desta quarta-feira tentando uma leve recuperação, com o movimento de compra em ações ligadas a commodities e bancos. Ainda assim, a instabilidade política e as oscilações externas limitam a recuperação do índice, que segue operando de forma volátil.
Mesmo com a recente queda, o índice acumula alta superior a 30% no ano, refletindo o bom desempenho do mercado acionário brasileiro em 2025, sustentado pelo crescimento das exportações agrícolas, resultados positivos das empresas e avanço das reformas estruturais no primeiro semestre.
Expectativas para os próximos dias
Nos próximos pregões, os investidores devem manter o foco em discursos de dirigentes do Fed e na divulgação de indicadores de inflação nos Estados Unidos, que poderão influenciar o rumo dos juros e o comportamento global do dólar.
No cenário doméstico, a agenda fiscal e política continua no centro das atenções. Qualquer sinal de mudança nas metas do governo ou instabilidade institucional pode impactar o câmbio e o desempenho do Ibovespa, com reflexos diretos sobre os custos de importação e o financiamento de insumos agrícolas — pontos de atenção para o setor do agronegócio.
Desempenho acumulado até o momento
- Dólar:
- Semana: +0,96%
- Mês: +2,39%
- Ano: –11,61%
- Ibovespa:
- Semana: –1,36%
- Mês: –0,31%
- Ano: +31,84%
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






