• 8 de dezembro de 2025
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Com dólar valorizado e oferta global elevada, mercado do açúcar enfrenta pressão nas cotações internacionais

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Dólar valorizado mantém cotações em baixa em Nova York

A valorização do dólar encerrou a última semana pressionando as cotações do açúcar na bolsa de Nova York. De acordo com o Notícias Agrícolas, um câmbio mais forte tende a estimular as exportações brasileiras, ampliando a percepção de oferta global e, consequentemente, pressionando os preços internacionais.

Os contratos do açúcar bruto, listados na ICE Futures, registraram queda acumulada na semana encerrada em 5 de dezembro. Segundo Marcelo Filho, analista da StoneX, o mercado apresentou baixa liquidez e movimentos laterais, resultando em retração de cerca de 40 pontos. “O mercado segue morno, sem fundamentos para uma recuperação”, avaliou o especialista.

Perspectivas de curto prazo: Centro-Sul pode reduzir oferta

No Brasil, a região Centro-Sul caminha para o fim da safra com expectativa de redução na oferta de açúcar, o que pode abrir espaço para leves recuperações nos preços nas próximas semanas. Entretanto, o cenário global segue pressionado pelo avanço das safras no Hemisfério Norte.

A Índia, por exemplo, já iniciou o ciclo 2025/26 com forte crescimento na produção, enquanto a Tailândia se prepara para iniciar a moagem, ampliando o volume exportável e reforçando a percepção de ampla disponibilidade mundial.

Cotações na ICE Futures e ICE Europe

Na ICE Futures de Nova York, o contrato de açúcar bruto para março/26 fechou a sexta-feira (5) a 14,80 centavos de dólar por libra-peso, queda de 8 pontos. O contrato maio/26 recuou 4 pontos, a 14,38 cts/lb, enquanto julho e outubro/26 caíram 3 pontos cada.

Em Londres, o açúcar branco apresentou leve recuperação. O contrato março/26 foi negociado a US$ 425,60 por tonelada, alta de 40 cents. Já o maio/26 subiu para US$ 422,70 por tonelada, avanço de 70 cents. Os contratos agosto/26 e outubro/26 também tiveram altas moderadas, de 0,24% e 0,26%, respectivamente.

Açúcar inicia nova semana com leve recuperação

Nesta segunda-feira (8), o mercado iniciou a semana com leves altas, mas mantendo o padrão de estabilidade observado nos últimos dias. Em Nova York, o contrato março/26 operava a 14,81 cents/lb (+0,07%), o maio/26 a 14,40 cents/lb (+0,14%) e o julho/26 a 14,39 cents/lb (+0,14%).

Segundo analistas, as aberturas em alta perdem força ao longo do dia, refletindo o impacto de safras robustas nos principais países produtores, especialmente no Brasil e na Índia.

Produção recorde na Índia e aumento no Brasil

A Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) informou que, entre outubro e novembro, a produção indiana cresceu 43% em relação ao mesmo período do ano anterior, somando 4,11 milhões de toneladas. O número de usinas em operação passou de 376 para 428, indicando ritmo acelerado de moagem.

No Brasil, a Conab revisou para cima sua estimativa de produção da safra 2025/26, de 44,5 para 45 milhões de toneladas. Dados da Unica mostram que, na primeira quinzena de novembro, a produção no Centro-Sul cresceu 8,7%, atingindo 983 mil toneladas. No acumulado da safra, o volume chega a 39,18 milhões de toneladas, alta de 2,1% frente ao ciclo anterior.

Exportações brasileiras recuam em novembro

Apesar da boa performance industrial, as exportações brasileiras de açúcar recuaram no último mês. Dados parciais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que a receita diária média foi de US$ 65,56 milhões, com embarques de 173,8 mil toneladas por dia.

No total, o país exportou 3,30 milhões de toneladas, gerando US$ 1,245 bilhão a um preço médio de US$ 377,20 por tonelada. Em comparação a novembro de 2024, houve queda de 23% na receita diária, 2,6% no volume embarcado e 21,1% no preço médio. A receita total caiu 30% frente aos US$ 1,62 bilhão registrados no mesmo mês do ano anterior.

Mercado interno: leve queda nas cotações

No mercado doméstico, o Indicador Cepea/Esalq (USP) apontou recuo nas cotações do açúcar cristal na sexta-feira (5). A saca de 50 quilos foi negociada a R$ 107,39, ante R$ 107,58 no dia anterior, uma queda de 0,18%.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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