Soja: mercado interno desacelera, Chicago recua e exportações brasileiras avançam com força
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O mercado da soja iniciou dezembro em ritmo lento no Brasil e com pressão baixista no cenário internacional. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as negociações envolvendo grãos e derivados seguem contidas, refletindo a distância entre os preços ofertados por compradores e os valores pedidos pelos produtores.
Boa parte dos agricultores está capitalizada e opta por segurar novos lotes no mercado físico, priorizando as atividades de campo. A preocupação maior está no comportamento do clima — especialmente nas regiões afetadas por déficit hídrico —, o que gera incerteza sobre o potencial produtivo da safra 2025/26. Colaboradores do Cepea avaliam ser improvável que o volume chegue às 177 milhões de toneladas estimadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Chicago opera em queda com soja abaixo de US$ 11 por bushel
No mercado internacional, a nova semana começou com a soja em queda na Bolsa de Chicago (CME Group). Perto das 7h30 (horário de Brasília), o contrato de janeiro era cotado a US$ 10,98 por bushel, enquanto março marcava US$ 11,09 e maio, US$ 11,20.
A retração é influenciada pela desvalorização do óleo de soja, que caiu quase 1%, e pela expectativa em torno do novo relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado nesta terça-feira, 9 de dezembro. Além disso, o mercado segue atento à demanda chinesa e aos desdobramentos do cenário geopolítico global.
Demanda chinesa segue lenta e pressiona preços internacionais
A volatilidade nas cotações da soja também é explicada pelo ritmo mais fraco das compras chinesas. Segundo a TF Agroeconômica, a demanda da China tem avançado abaixo do esperado, mesmo após a retomada das relações comerciais com os Estados Unidos.
A previsão da Casa Branca de que o país asiático compraria 12 milhões de toneladas até o fim de 2025 não se confirmou, levando o governo americano a estender o prazo até fevereiro. Até o momento, os dados oficiais registram 2,7 milhões de toneladas embarcadas, número considerado baixo pelos analistas.
Com isso, a soja americana segue mais cara e concentrada em aquisições feitas por estatais chinesas, enquanto o Brasil amplia sua presença no mercado com preços mais competitivos.
Brasil amplia exportações e reforça competitividade no mercado global
Enquanto o ritmo de vendas nos Estados Unidos diminui, o Brasil tem se destacado com uma forte retomada nas exportações. Em novembro, os embarques nacionais cresceram 64% em relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados do setor exportador.
Essa alta reflete a competitividade do grão brasileiro, que mantém preços atrativos e volume expressivo de oferta. O desempenho reforça a posição do Brasil como o principal fornecedor global de soja, em um momento em que o mercado internacional busca alternativas diante das incertezas no comércio entre EUA e China.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






