Milho consolida papel estratégico no agronegócio e impulsiona avanço da bioenergia no Brasil
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Produção de milho ganha força e importância econômica no Centro-Oeste
A segunda safra de milho já se movimenta entre os produtores de Mato Grosso, que antecipam negociações e já venderam cerca de 25% da produção que será cultivada a partir de janeiro. Mesmo com a soja ainda dominando as lavouras, o milho tem se consolidado como uma importante fonte de renda e geração de empregos nas agroindústrias regionais.
Durante o 6º Encontro Técnico do Milho, promovido pela Fundação Mato Grosso (Fundação MT), em Cuiabá, especialistas, pesquisadores e produtores discutiram o tema “Milho na Era Bio”, destacando o avanço do uso de bioinsumos, biotecnologias e a crescente geração de bioenergia a partir da cultura.
Milho é essencial para a renda do produtor e o equilíbrio do sistema produtivo
O produtor e sócio-diretor da Agroconsult, André Debastiani, destacou que o milho se tornou um pilar da renda agrícola, especialmente no Centro-Oeste. Segundo ele, os resultados recentes, com produtividades acima de 150 sacas por hectare, demonstram o potencial econômico e a força da cultura diante da demanda crescente, tanto interna quanto para a produção de etanol.
“Não dá mais pra imaginar o mundo sem o milho. Ele passou a ter papel central na renda do produtor e no sistema produtivo. O crescimento do consumo interno traz oportunidades e ajuda o produtor a enfrentar momentos de margens apertadas”, destacou Debastiani.
O produtor Marcelo Vankevicius, participante do evento, relatou ter atingido recorde de produtividade na safra 2024/25, alcançando também 150 sacas por hectare — um aumento de 30 sacas em relação ao ciclo anterior. Ele atribuiu o resultado à combinação entre tecnologia e clima favorável.
“Mesmo com outras alternativas como gergelim, feijão, girassol e canola, o milho continua sendo a principal opção. Os bons preços e o desempenho deste ano devem estimular ainda mais a cultura na próxima safra”, afirmou.
Uso de biológicos cresce e fortalece o manejo sustentável
Outro destaque do encontro foi o avanço no uso de biológicos nas lavouras. O coordenador de Fitossanidade da SLC Agrícola, Rodrigo Soares Ramos, apresentou os resultados do manejo integrado de pragas, doenças e nematoides, com foco na sustentabilidade e na redução de químicos.
Na última safra, 17,7% dos defensivos utilizados pela empresa foram biológicos, e a expectativa é chegar a 25% na safra 2025/26. O aumento é acompanhado de investimentos em pesquisa sobre compatibilidade, eficiência de cepas e qualidade dos produtos.
“Monitoramos o desempenho em campo e fazemos análises detalhadas para entender o comportamento das pragas e dos solos. Essa coleta de dados é essencial para o manejo eficiente”, explicou Ramos.
Expansão do etanol de milho estimula produção e desenvolvimento regional
A expansão das indústrias de etanol de milho no país tem sido um dos principais motores para o crescimento da cultura em Mato Grosso. Em quatro anos, o consumo de milho para etanol mais que dobrou, passando de 10 milhões para 22 milhões de toneladas, e pode alcançar 35 milhões nos próximos anos.
De acordo com o diretor executivo do BioInd MT, Giuseppe Lobo, o estado já conta com 18 usinas em operação e possui forte potencial de expansão.
“De 2017 para cá, a produção de milho saltou de 17 milhões para 54 milhões de toneladas em Mato Grosso. O etanol tem sido um grande indutor dessa evolução”, afirmou Lobo.
O head corporativo e comercial da Fundação MT, Flávio Garcia, ressaltou ainda o impacto socioambiental positivo da cultura.
“Além de gerar um combustível verde, o milho também fornece proteína para nutrição animal (DDG) e impulsiona a criação de empregos e renda nas regiões onde as indústrias se instalam”, destacou.
Fundação MT reforça integração entre pesquisa e indústria
O gerente de pesquisa e operações da Fundação MT, Luis Carlos de Oliveira, ressaltou que esta edição do encontro teve como diferencial o foco na integração entre ciência, campo e indústria.
“Abordamos três eixos principais — bioinsumos, biotecnologia e bioenergia — para compreender toda a cadeia produtiva do milho, desde o manejo no campo até o papel da indústria. Essa visão integrada é fundamental para o futuro do setor”, concluiu Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






